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Nova lei em vigor: é possível reverter a vasectomia e a laqueadura?

Com a nova legislação, a idade mínima para realizar a vasectomia e a laqueadura foi de 25 para 21 anos. Saiba se é possível revertê-las

Nova lei em vigor: é possível reverter vasectomia e laqueadura?
Nova lei em vigor: é possível reverter vasectomia e laqueadura? - Foto: Shutterstock

No início de março, entrou em vigor a lei nº 14.443/2022, que altera os requisitos necessários para a realização de vasectomia e laqueadura. Ambos são procedimentos voluntários de esterilização previstos na Lei do Planejamento Familiar. A nova legislação altera a idade mínima para a realização dos procedimentos de 25 para 21 anos, além de dispensar a autorização do cônjuge.

“Os procedimentos voluntários de esterilização são a laqueadura, para as mulheres, e a vasectomia, para os homens. São métodos contraceptivos microcirúrgicos que impedem permanentemente a gravidez”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime.

É possível reverter a laqueadura e a vasectomia?

Apesar da mudança dos requisitos, a lei mantém o prazo de 60 dias para a realização do procedimento após a manifestação do interesse pelo paciente. Neste período, ele pode receber o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar para garantir sua vontade. Mas, com isso, surge a dúvida: é possível reverter a laqueadura e a vasectomia?

Afinal, somos humanos e nossas vontades, sonhos e objetivos tendem a mudar ao longo do tempo. A boa notícia é que, segundo o Dr Rodrigo Rosa, a reversão da vasectomia e da laqueadura é possível. No entanto, as taxas de sucesso e a possibilidade de gravidez no futuro dependem de uma série de fatores, incluindo o tipo de procedimento e a técnica utilizada.

Reversão da vasectomia

De acordo com o médico, a reversão da vasectomia, que é a cirurgia de esterilização masculina, consiste na religação dos canais deferentes rompidos no procedimento original. “Os canais deferentes são responsáveis por transportar os espermatozóides produzidos pelos testículos e armazenados nos epidídimos até a uretra para que sejam liberados junto ao líquido seminal”, detalha o especialista.

Ele ainda explica que, na maioria dos casos, essa religação ocorre por meio de fios de sutura extremamente finos em uma técnica conhecida como vaso-vastostomia. “No entanto, em alguns casos, como em vasectomias realizadas há muito tempo, pode ocorrer um bloqueio no epidídimo que impede o fluxo dos espermatozóides, sendo necessária a realização da vasoepididimostomia, técnica mais complexa em que o canal deferente é religado diretamente ao epidídimo para burlar esse bloqueio”, afirma Rodrigo. 

Pouco invasivos, os procedimentos têm baixas taxas de complicação, mas nem sempre são um sucesso. “A preservação dos canais deferentes durante a vasectomia, a qualidade da cicatrização após o procedimento, histórico de dificuldade para engravidar e a qualificação do cirurgião que realizará a reversão são fatores importantes para o sucesso da cirurgia. Mas o tempo decorrido entre a vasectomia e a reversão é talvez o fator mais importante. No geral, quanto mais cedo for realizada, melhor”, destaca o médico.

Reversão da laqueadura

A reversão da laqueadura, por sua vez, é similar a reversão da vasectomia, pois também consiste na religação dos canais rompidos no procedimento original por meio de fios de sutura extremamente finos. Mas, dessa vez, os canais a serem religados são as tubas uterinas, onde os espermatozóides se encontram com o óvulo para fecundá-lo. Além disso, remove-se a cicatriz original para melhorar a irrigação sanguínea da estrutura. 

“Vale ressaltar, no entanto, que, caso a parte final das tubas uterinas tenham sido retiradas durante a laqueadura, a reversão não é possível. O mesmo vale em casos em que as tubas uterinas estão dilatadas ou doentes”, destaca o médico. 

E, mesmo que a reversão seja possível, é importante que a mulher passe por uma avaliação para verificar as chances de sucesso do procedimento. Isso porque alguns fatores podem afetar o sucesso, como o método empregado na laqueadura, o tamanho da cicatriz, o tempo decorrido entre os dois procedimentos, a habilidade do cirurgião e, principalmente, a idade da mulher. 

“Mas, de maneira geral, as chances de gravidez após a reversão da laqueadura são baixas. Além disso, quando a mulher consegue engravidar, há um maior risco de gravidez ectópica, quando ocorre fora do útero”, alerta o especialista.

Fertilização In Vitro (FIV)

Porém, o Dr. Rodrigo Rosa ressalta que, em casos em que a reversão da vasectomia ou da laqueadura não pode ser realizada ou não tem sucesso, é possível engravidar através de procedimentos de reprodução assistida, como a Fertilização In Vitro (FIV), em que o óvulo é fecundado com o espermatozoide em laboratório e o embrião formado é transferido para o útero para que se desenvolva. 

“Em homens que realizaram a vasectomia, os espermatozoides necessários para a realização da FIV podem ser aspirados diretamente dos epidídimos ou dos testículos. Da mesma forma, em mulheres que se submeteram à laqueadura, os óvulos são coletados diretamente dos ovários. Principalmente no caso da laqueadura, a Fertilização In Vitro, de maneira geral, apresenta maiores chances de gravidez do que a reversão. Mas a indicação do procedimento ideal deve ser feita por um especialista em reprodução humana após avaliação individualizada de cada casal”, destaca.

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