Emagrecer

Obesidade diminui os níveis de testosterona; saiba como reverter

Homens obesos costumam apresentar diversos sintomas de desequilíbrio hormonal. Entenda qual a relação entre a obesidade e a testosterona

Obesidade diminui os níveis de testosterona; saiba como reverter - Foto: Shutterstock

A obesidade atinge aproximadamente 1 em cada 5 brasileiros, ou 19,8% da população, como mostram dados da Abeso (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica). A OMS estima ainda que, em 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estarão acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade – isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.

São muitas as causas para a obesidade. Ela pode ser resultado, por exemplo, de fatores genéticos, maus hábitos alimentares ou a falta de exercício físico. Da mesma forma, são muitas as suas consequências para o organismo e a saúde como um todo. A obesidade afeta homens e mulheres igualmente, mas os homens carregam um fardo particular. Isso porque ela impacta especialmente a sexualidade, a saúde da próstata e os hormônios masculinos, principalmente a testosterona.

“Além de representar desafios sociais e ambientais significativos, a obesidade está associada a uma infinidade de resultados adversos à saúde, incluindo doenças cardiovasculares, apneia do sono, osteoartrite, aumento do risco de certos tipos de câncer e, nos homens, níveis reduzidos de testosterona”, alerta médico nutrólogo e endocrinologista Dr. Ronan Araujo.

Qual a relação entre a obesidade e a testosterona?

Ronan explica que a gordura visceral está diretamente associada à produção de testosterona e vitalidade. Ou seja, as pessoas com uma maior quantidade de gordura visceral tendem a ter desequilíbrios hormonais e uma menor qualidade de vida.

O especialista relaciona isso com o fato de muitos obesos apresentarem sintomas de deficiência de testosterona, como menor resistência física, massa muscular diminuída, desinteresse sexual, ginecomastia (aumento mamário nos homens), redução de pelos e má qualidade do sono. Esses fatores podem surgir independente da idade em algumas ocasiões.

Uma das explicações mais plausíveis para este mecanismo, é o aumento da conversão de testosterona em estradiol, processo chamado de aromatização, que acontece de forma eficaz dentro dos adipócitos (células de gordura). Tanto a gordura visceral, quanto a gordura subcutânea, estão associadas a alterações do perfil hormonal em homens e mulheres. Enquanto as mulheres obesas têm excesso de hormônio masculino, os homens obesos aumentam seus níveis de estrógenos (hormônios femininos).

A obesidade moderada está relacionada com uma redução significativa da testosterona total devido ao aumento da resistência à insulina, ligada à globulina de ligação ao hormônio sexual. O quadro mais severo também se associa a níveis baixos de testosterona livre por conta da supressão do eixo HPT (conjunto de interações responsivas que envolvem o hipotálamo, a glândula pituitária e a glândula adrenal). Além disso, a deficiência na testosterona acarreta no aumento de gordura corporal, criando um círculo vicioso de problemas metabólicos.

Tratamento contra obesidade e reposição hormonal com testosterona

O tratamento da obesidade pode ser feito com dieta para emagrecer e com a prática regular de exercícios físicos. Remédios indicados pelo médico para ajudar a reduzir o apetite e a compulsão alimentar podem ajudar em certos casos.

A reposição hormonal com testosterona, por exemplo, regula o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. A terapia com testosterona em homens com deficiência de testosterona resulta na normalização da utilização de glicose e aumento da oxidação lipídica. Além disso, a terapia hormonal melhora a função erétil, aumenta o vigor e reduz a fadiga, promovendo uma melhor disposição para realizar exercícios, explica o nutrólogo.

É importante destacar que qualquer tratamento contra a obesidade deve ter acompanhamento médico. A reposição hormonal, por exemplo, pode auxiliar no controle do peso, mas é importante que seja feita sob supervisão para garantir os melhores resultados possíveis. “Além disso, o tratamento precisa se adaptar às necessidades individuais de cada paciente, pois o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante buscar orientação profissional para garantir o sucesso do tratamento”, finaliza o Dr. Ronan Araujo.

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