Câncer

Tabagismo: causas e consequências

De acordo com o Ministério da Saúde, 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência à nicotina

Tabagismo é a maior causa de morte evitável do mundo - Shutterstock

Caracterizado como uma doença crônica, o tabagismo nada mais é do que a dependência de nicotina presente nos produtos à base de tabaco. 

Segundo a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-1010), a doença faz parte do grupo de transtornos mentais e comportamentais por usar uma substância psicoativa, e também é considerada a maior causa de morte evitável do mundo. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 8 milhões de pessoas morram por ano no mundo em decorrência do tabagismo. O fato assustador é que 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto da substância, enquanto que 1 milhão é o resultado dos não fumantes expostos ao cigarro, ou seja, os fumantes passivos. 

O que tem no cigarro 

Ao fumar, são introduzidas no organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas e pelo menos 69 são cancerígenas. Algumas são estimulantes e levam ao vício, como a nicotina. Confira as principais:

Nicotina: causa dependência e age como vasoconstritora, elevando a pressão arterial e os batimentos cardíacos, além de descontrolar as taxas de colesterol. Após o efeito estimulante, vem o tranquilizante - por isso, muitos fumantes recorrem ao cigarro para aliviar o estresse. Pesquisa da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, revelou que, quando consumidas pela primeira vez, a nicotina e a cocaína acionam os mesmos mecanismos do cérebro.

Monóxido de carbono: é o mesmo gás liberado pelo escapamento dos automóveis. Diminui a oxigenação do sangue e, por isso, reduz o desempenho em atividades físicas, a capacidade de cicatrização e a absorção de nutrientes no organismo.

Alcatrão: reúne elementos cancerígenos, como polônio, chumbo, arsênio (que está presente em inseticidas), cádmio (usado na fabricação de pilhas e baterias) e fósforo P4/P6 (encontrado em veneno de rato e produtos de limpeza).

Amônia: reduz a acidez da fumaça do cigarro, colaborando para maior absorção da nicotina e, consequentemente, contribuindo para a dependência. É uma substância corrosiva.

Malefícios ao organismo

A seguir, confira quais são os problemas que o cigarro pode causar:

Sorriso amarelo: além do escurecimento dos dentes, o fumo também torna as gengivas mais sensíveis a inflamações.

Cancerígeno: as toxinas do cigarro vão prejudicando as células por onde passam. Por isso, o tabagismo é o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe e tumores na boca.

Visão afetada: o índice de catarata em fumantes é 40% maior do que em quem não fuma. O problema se caracteriza pela opacificação do cristalino, lente natural do olho, e é tratado somente com cirurgia.

Envelhecimento precoce: aumenta a produção de radicais livres, substâncias altamente reativas que danificam as células, causando seu envelhecimento. Surgem, assim, as rugas e a pele perde a vivacidade.

Sistema digestivo: a nicotina aumenta a acidez do estômago, o que pode provocar gastrite. Os riscos de desenvolver tumores no órgão também aumentam.

Ossos fracos: a menopausa é antecipada, fator de risco para a osteoporose. A massa óssea também é afetada, e alguns estudos sugerem a relação entre o cigarro e a redução de osteoblastos, células que sintetizam a massa óssea.

Circulação interrompida: assim como no AVC, as placas de gordura (cuja formação é facilitada pelo fumo) podem entupir as artérias do coração, causando infarto, que é a morte do músculo cardíaco.

Sem ar: bronquite, câncer, enfisema e outros problemas que se desenvolvem nos pulmões podem estar relacionados ao tabagismo. O aproveitamento do oxigênio é prejudicado e, com o tempo, o fumante perde o fôlego até mesmo em repouso.

Prejuízo masculino: como a circulação no pênis fica comprometida, já que os vasos têm mais dificuldade de dilatação, a ereção é prejudicada. Nos espermatozoides, o fumo danifica o DNA, provocando infertilidade.

Cérebro em risco: o risco de acidente vascular cerebral (AVC) aumenta por causa do endurecimento das artérias e da formação de placas de gordura (aterosclerose), provocadas pelas toxinas do cigarro. Também podem se formar coágulos, especialmente em mulheres que tomam pílula anticoncepcional.

Advertência na embalagem

Desde 2001, os fabricantes de produtos de tabaco são obrigados por lei a inserirem advertências nas embalagens, ilustradas com fotos. Segundo dados do IBGE, 65% dos fumantes se impressionam com o rótulo e pensam em parar de fumar.

É preciso largar o cigarro

Mesmo que a pessoa tente adotar outros hábitos saudáveis em uma tentativa de compensar o uso do cigarro, a técnica não trará benefícios. “Quem fuma tem que parar de fumar. De nada adianta tentar medidas alternativas para minimizar os efeitos nocivos do cigarro”, destaca o cardiologista Roque Savioli. 

 

Consultoria: Roque Savioli, cardiologista 

 

Caracterizado como uma doença crônica, o tabagismo nada mais é do que a dependência de nicotina presente nos produtos à base de tabaco. 

Segundo a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-1010), a doença faz parte do grupo de transtornos mentais e comportamentais por usar uma substância psicoativa, e também é considerada a maior causa de morte evitável do mundo. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 8 milhões de pessoas morram por ano no mundo em decorrência do tabagismo. O fato assustador é que 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto da substância, enquanto que 1 milhão é o resultado dos não fumantes expostos ao cigarro, ou seja, os fumantes passivos. 

O que tem no cigarro 

Ao fumar, são introduzidas no organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas e pelo menos 69 são cancerígenas. Algumas são estimulantes e levam ao vício, como a nicotina. Confira as principais:

Nicotina: causa dependência e age como vasoconstritora, elevando a pressão arterial e os batimentos cardíacos, além de descontrolar as taxas de colesterol. Após o efeito estimulante, vem o tranquilizante - por isso, muitos fumantes recorrem ao cigarro para aliviar o estresse. Pesquisa da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, revelou que, quando consumidas pela primeira vez, a nicotina e a cocaína acionam os mesmos mecanismos do cérebro.

Monóxido de carbono: é o mesmo gás liberado pelo escapamento dos automóveis. Diminui a oxigenação do sangue e, por isso, reduz o desempenho em atividades físicas, a capacidade de cicatrização e a absorção de nutrientes no organismo.

Alcatrão: reúne elementos cancerígenos, como polônio, chumbo, arsênio (que está presente em inseticidas), cádmio (usado na fabricação de pilhas e baterias) e fósforo P4/P6 (encontrado em veneno de rato e produtos de limpeza).

Amônia: reduz a acidez da fumaça do cigarro, colaborando para maior absorção da nicotina e, consequentemente, contribuindo para a dependência. É uma substância corrosiva.

Malefícios ao organismo

A seguir, confira quais são os problemas que o cigarro pode causar:

Sorriso amarelo: além do escurecimento dos dentes, o fumo também torna as gengivas mais sensíveis a inflamações.

Cancerígeno: as toxinas do cigarro vão prejudicando as células por onde passam. Por isso, o tabagismo é o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe e tumores na boca.

Visão afetada: o índice de catarata em fumantes é 40% maior do que em quem não fuma. O problema se caracteriza pela opacificação do cristalino, lente natural do olho, e é tratado somente com cirurgia.

Envelhecimento precoce: aumenta a produção de radicais livres, substâncias altamente reativas que danificam as células, causando seu envelhecimento. Surgem, assim, as rugas e a pele perde a vivacidade.

Sistema digestivo: a nicotina aumenta a acidez do estômago, o que pode provocar gastrite. Os riscos de desenvolver tumores no órgão também aumentam.

Ossos fracos: a menopausa é antecipada, fator de risco para a osteoporose. A massa óssea também é afetada, e alguns estudos sugerem a relação entre o cigarro e a redução de osteoblastos, células que sintetizam a massa óssea.

Circulação interrompida: assim como no AVC, as placas de gordura (cuja formação é facilitada pelo fumo) podem entupir as artérias do coração, causando infarto, que é a morte do músculo cardíaco.

Sem ar: bronquite, câncer, enfisema e outros problemas que se desenvolvem nos pulmões podem estar relacionados ao tabagismo. O aproveitamento do oxigênio é prejudicado e, com o tempo, o fumante perde o fôlego até mesmo em repouso.

Prejuízo masculino: como a circulação no pênis fica comprometida, já que os vasos têm mais dificuldade de dilatação, a ereção é prejudicada. Nos espermatozoides, o fumo danifica o DNA, provocando infertilidade.

Cérebro em risco: o risco de acidente vascular cerebral (AVC) aumenta por causa do endurecimento das artérias e da formação de placas de gordura (aterosclerose), provocadas pelas toxinas do cigarro. Também podem se formar coágulos, especialmente em mulheres que tomam pílula anticoncepcional.

Advertência na embalagem

Desde 2001, os fabricantes de produtos de tabaco são obrigados por lei a inserirem advertências nas embalagens, ilustradas com fotos. Segundo dados do IBGE, 65% dos fumantes se impressionam com o rótulo e pensam em parar de fumar.

É preciso largar o cigarro

Mesmo que a pessoa tente adotar outros hábitos saudáveis em uma tentativa de compensar o uso do cigarro, a técnica não trará benefícios. “Quem fuma tem que parar de fumar. De nada adianta tentar medidas alternativas para minimizar os efeitos nocivos do cigarro”, destaca o cardiologista Roque Savioli. 

 

Consultoria: Roque Savioli, cardiologista 

 

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