Câncer

Síndrome de Tourette: especialista explica condição que afeta Billie Eilish

Cantora diz que é “exaustivo” ter Síndrome de Tourette. Entenda o que é a condição caracterizada por tiques motores e vocais

Cantora Billie Eilish foi diagnosticada com Síndrome de Tourette aos 11 anos - Reprodução Instagram @billieeilish

Em entrevista para David Letterman (Netflix), Billie Eilish falou sobre quão exaustivo é viver com a Síndrome de Tourette. A cantora de 20 anos foi diagnosticada aos 11 com o distúrbio neurológico, caracterizado por tiques motores e vocais.

O neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, explica que a síndrome surge durante a infância ou adolescência, sendo o pior período entre os 8 e 12 anos de idade - fase em que Eilish recebeu seu diagnóstico. De acordo com o especialista, a remissão completa ocorre em até 30% dos casos, mesmo que sem tratamento.

A Síndrome de Tourette pode ter correlação com outros distúrbios como o TOC (Transtorno Obsesivo Compulsivo), o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e ainda transtorno e sintomas psicopatológicos, ansiedade, impulsividade. Além disso, o médico cita também infecções, trauma físico ou psicológico e exposição a drogas lícitas ou ilícitas.

Sintomas e diagnóstico da Síndrome de Tourette

O distúrbio é crônico e manifesta-se por tiques motores e vocais, isto é, movimentos involuntários do corpo e da fala. Como explica o neurocirurgião, o diagnóstico é somente clínico, já que não existem testes laboratoriais que confirmem os casos da síndrome.

De acordo com o Dr. Wanderley, a Síndrome de Tourette pode ter manifestações motoras e/ou vocais, simples e/ou complexas.

Tiques simples motores: caracterizado por piscamento, caretas, movimentos de torção do nariz e boca, levantar os ombros, movimentos dos dedos das mãos, sacudidelas da cabeça, pescoço ou outras partes do corpo.

Tiques simples vocais: fungar, cuspir, estalar a língua, grunhir, uivar, assobiar, gritar.

Tiques motores complexos: gestos faciais, gestos das mãos, empurrar, tocar a face, desvios oculares, beliscar, bater com a cabeça, cutucar os olhos, atos descontrolados de fazer gestos obscenos ou tidos socialmente proibidos.

Tiques vocais complexos: frases altas e complexas, tendência incontrolável de usar palavras obscenas, repetição involuntária de uma ou mais palavras acabadas de proferir, bloqueio da fala. 

Tratamento

“Para o tratamento é fundamental achar as causas [da Síndrome de Tourette], que podem ser fatores genéticos, fatores neurofisiológicos (como alteração no eixo de redes de neurônios), fatores ligados à gravidez (perinatais ou pós-natais), fatores psicológicos e/ou familiares”, afirma o Dr. Wanderley.

O especialista explica que a primeira abordagem de tratamento é psicoeducacional reeducando pais e professores para eliminar crenças culturais que podem atrapalhar a recuperação do paciente. Dr. Wanderley comenta que o tratamento busca considerar que, às vezes, os tique incomodam mais as pessoas que estão em volta do paciente do que a ele próprio.

“O tratamento farmacológico para os transtornos dos tiques e que mostram maior eficácia são os antipsicóticos, agentes antidopaminérgicos e canabidiol, topiramato e outros, levando-se em conta os efeitos colaterais”, finaliza o neurocirurgião.

Confira trecho da entrevista de Billie Eilish a David Letterman

Fonte: Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião e neurologista do Hospital Albert Einstein.

Em entrevista para David Letterman (Netflix), Billie Eilish falou sobre quão exaustivo é viver com a Síndrome de Tourette. A cantora de 20 anos foi diagnosticada aos 11 com o distúrbio neurológico, caracterizado por tiques motores e vocais.

O neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, explica que a síndrome surge durante a infância ou adolescência, sendo o pior período entre os 8 e 12 anos de idade - fase em que Eilish recebeu seu diagnóstico. De acordo com o especialista, a remissão completa ocorre em até 30% dos casos, mesmo que sem tratamento.

A Síndrome de Tourette pode ter correlação com outros distúrbios como o TOC (Transtorno Obsesivo Compulsivo), o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e ainda transtorno e sintomas psicopatológicos, ansiedade, impulsividade. Além disso, o médico cita também infecções, trauma físico ou psicológico e exposição a drogas lícitas ou ilícitas.

Sintomas e diagnóstico da Síndrome de Tourette

O distúrbio é crônico e manifesta-se por tiques motores e vocais, isto é, movimentos involuntários do corpo e da fala. Como explica o neurocirurgião, o diagnóstico é somente clínico, já que não existem testes laboratoriais que confirmem os casos da síndrome.

De acordo com o Dr. Wanderley, a Síndrome de Tourette pode ter manifestações motoras e/ou vocais, simples e/ou complexas.

Tiques simples motores: caracterizado por piscamento, caretas, movimentos de torção do nariz e boca, levantar os ombros, movimentos dos dedos das mãos, sacudidelas da cabeça, pescoço ou outras partes do corpo.

Tiques simples vocais: fungar, cuspir, estalar a língua, grunhir, uivar, assobiar, gritar.

Tiques motores complexos: gestos faciais, gestos das mãos, empurrar, tocar a face, desvios oculares, beliscar, bater com a cabeça, cutucar os olhos, atos descontrolados de fazer gestos obscenos ou tidos socialmente proibidos.

Tiques vocais complexos: frases altas e complexas, tendência incontrolável de usar palavras obscenas, repetição involuntária de uma ou mais palavras acabadas de proferir, bloqueio da fala. 

Tratamento

“Para o tratamento é fundamental achar as causas [da Síndrome de Tourette], que podem ser fatores genéticos, fatores neurofisiológicos (como alteração no eixo de redes de neurônios), fatores ligados à gravidez (perinatais ou pós-natais), fatores psicológicos e/ou familiares”, afirma o Dr. Wanderley.

O especialista explica que a primeira abordagem de tratamento é psicoeducacional reeducando pais e professores para eliminar crenças culturais que podem atrapalhar a recuperação do paciente. Dr. Wanderley comenta que o tratamento busca considerar que, às vezes, os tique incomodam mais as pessoas que estão em volta do paciente do que a ele próprio.

“O tratamento farmacológico para os transtornos dos tiques e que mostram maior eficácia são os antipsicóticos, agentes antidopaminérgicos e canabidiol, topiramato e outros, levando-se em conta os efeitos colaterais”, finaliza o neurocirurgião.

Confira trecho da entrevista de Billie Eilish a David Letterman

Fonte: Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião e neurologista do Hospital Albert Einstein.

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