Emilia Clarke, responsável por dar vida à personagem Daenerys Targaryen em Game of Thrones, relembrou recentemente os dois AVCs que sofreu quando ainda gravava a série. A atriz foi vítima de dois aneurismas entre 2011 e 2013. Hoje, aos 35 anos, ela deixa claro que teve sorte em continuar viva e conseguir falar.
Em uma entrevista recente ao "Sunday Morning BBC", Emilia revelou que tem uma parte do seu cérebro que "não existe mais". Ela tinha apenas 22 anos quando sofreu seu primeiro acidente vascular cerebral.
"Tem uma quantidade de meu cérebro que não é mais utilizável, e é notável que eu seja capaz de falar, às vezes de forma articulada, e viver minha vida completamente normal, sem absolutamente nenhuma repercussão. Estou na minoria muito, muito, muito pequena de pessoas que podem sobreviver a isso", declarou ao programa britânico.
AVC ainda na juventude
De acordo com o neurologista e neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, o acidente vascular cerebral não é comum em pacientes jovens, sendo bem mais frequente em pacientes adultos.
“Nos pacientes jovens temos que entender se há alguma condição que desconhecem, até mesmo por falta de check ups rotineiros, como: arritmia cardíaca, se ele há algum problema nas comunicações do coração ou ainda alguma outra comorbidade escondidas ou ignorada que pode levar a ter um AVC”, acrescenta.
Riscos de um segundo AVC
Conforme o médico, um segundo AVC pode ser tão perigoso quanto o primeiro, mas ele geralmente vai atingir uma outra região do cérebro. Em um segundo episódio de AVC, seja ele isquêmico ou hemorrágico, uma segunda lesão é causada.
“Se acontecer várias lesões, principalmente isquêmicas, a consequência é uma alteração chamada de demência vascular. Ao atingir o córtex cerebral, essas lesões podem diminuir a capacidade de cognição e consciência do paciente”, alerta o neurologista.
Danos cerebrais
O neurocirurgião explica que, com o acidente vascular cerebral, o sangue pode não chegar mais a algumas regiões do cérebro. Onde isso acontece, no entanto, impacta diretamente no quadro do paciente. Ele esclarece que a parte do cérebro de Emilia Clarke que “não existe mais” provavelmente está do lado direito, o lado não dominante.
“Se fosse uma região onde prejudica a fala ou a compreensão, ela não estaria expressando essa manifestação. Sobre não existir mais, talvez seja porque a cognição dela tenha sido um pouco prejudicada, muito provavelmente no lado direito do cérebro”, conclui.
