Seis em cada dez adultos brasileiros (60,3%) têm excesso de peso, o que representa 96 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2020). A prevalência é maior no público feminino (62,6%) do que no masculino (57,5%). Todas essas pessoas estão sujeitas a uma série de enfermidades, que reduzem a qualidade e põe em risco todo o organismo.
O médico e cirurgião Dr. Gabriel Almeida descreve as principais doenças que podem surgir em decorrência do excesso de peso. Confira:
Hipertensão
A hipertensão é mais frequente em pessoas com sobrepeso, aponta o médico. Segundo ele, isso mostra que a obesidade é um dos principais fatores de risco para a hipertensão, um problema que afeta grande parte da população e que, de acordo com a OMS, mata anualmente 9,4 milhões de pessoas em todo o mundo. Perder peso ajuda na redução dos níveis de açúcar e gorduras no sangue, como os triglicerídeos e colesterol oxidado.
Diabetes
Diabetes e obesidade são doenças que caminham juntas, aponta o médico.”Uma circunferência abdominal superior a 90 cm para homens e 80cm para mulheres já faz aumentar o risco de diabetes. Se a circunferência for maior que 102cm para homens e maior do que 88cm para mulheres, o risco será muito maior”, afirma.
De acordo com o especialista, o acúmulo de gordura, sobretudo na barriga, provoca mau funcionamento dos receptores das células devido à ação da insulina. Então, a glicose fica impossibilitada de entrar na célula, sobretudo no sangue. Com isso, o pâncreas começa a liberar mais e mais insulina para conseguir baixar os níveis de açúcar no sangue e, com o tempo, começa a entrar em fadiga, culminando nos estágios finais, cessando toda a liberação da insulina.
Asma
Um estudo da Universidade de Bristol mostrou que cada ponto a mais no IMC faz a probabilidade de desenvolvimento de asma aumentar 55%, informa Gabriel. Segundo a OMS, 200 milhões de adultos e crianças em todo o mundo sofrem de asma. “Apesar de as causas não serem totalmente conhecidas, sabe-se que a reação inflamatória provocada pela obesidade aumenta o risco, principalmente nas crianças. Além disso, as pessoas obesas desenvolvem”, afirma.
Gordura no fígado
Também conhecida como esteatose, esta é mais uma das complicações associadas à obesidade. É chamada de “doença hepática gordurosa não alcoólica” quando surge sem resultar de um exagerado consumo de álcool — chegando a atingir cerca de 65% das pessoas obesas e mais de 85% da parcela com obesidade mórbida.
Apneia
“Se a pessoa estiver obesa ou acima do peso, ela pode sofrer da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) e nem saber. Sete de cada 10 doentes diagnosticados com SAOS têm excesso de peso. A obesidade é o principal fator de risco, que pode atingir cerca da metade dos obesos. É importante observar se sente sonolência diurna, o que pode perturbar o raciocínio, por exemplo”, alerta o médico.
Câncer
Pesquisas do American Institute of Cancer Research, dos Estados Unidos, indicam que o excesso de peso é responsável por 49% dos cânceres de endométrio, um dos tumores ginecológicos mais comuns em mulheres após a menopausa. Além disso, os quilos extras resultam em 35% dos cânceres de esófago, 28% de pâncreas, 24% de rim, 21% de vesícula, 17% dos cânceres de mama e 9% dos de cólon e reto. Por isso, ao cuidar da obesidade, você tem uma diminuição significativa de ter vários tipos de câncer, finaliza o Dr. Gabriel.