Após se afastar dos palcos com dores na coluna, Wesley Safadão passou por uma cirurgia de emergência para retirar uma hérnia de disco. No final de junho, o cantor foi diagnosticado com hérnia discal entre a terceira e a quarta vértebra lombar. Isso causou o estreitamento do canal vertebral e compressão das estruturas neurológicas ali presentes.
Em entrevista ao jornal O Globo, o neurocirurgião Francisco Sampaio Junior, médico do cantor, detalhou que Safadão faz parte dos 15% da população mundial com a vértebra de transição, que fica entre as regiões lombar e sacral, além de ter os canais vertebrados dos nervos muito curtos. Isso acelera o processo de formação das hérnias de disco e aumenta a gravidade do quadro.
Tratamento neurológico
O neurologista e neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, Dr. Wanderley Cerqueira de lima, explica que as dores na lombar são bastante comuns, mas um neurocirurgião deve ser consultado se:
- A dor não melhorar com o passar do tempo;
- A dor não melhorar com o repouso;
- A dor irradiar para uma perna ou ambas as pernas;
- Sente fraqueza;
- Sente adormecimento ou formigamento em uma ou em ambas as pernas;
- Tem osteoporose;
- Faz uso de tabaco, nicotina e/ou álcool.
“Um neurocirurgião faz o diagnóstico neurológico. Ele avalia a postura do paciente, a habilidade para andar, avalia a força muscular e a sensibilidade de membros e os reflexos”, esclarece o médico. De acordo com ele, após o exame clínico são realizados exames de imagem que são:
- Radiografia da coluna,
- Tomografia computadorizada e ressonância magnética (para confirmar a localização da hérnia de disco lombar e o nervo afetado);
- Eletroneuromiografia (para medir os impulsos elétricos do tecido nervoso e o nervo acometido).
“O tratamento inicial é conservador, evitando posições que causam dores, realizar exercícios planejados com fisioterapia analgésica e uso de analgésicos, anti-inflamatório e relaxante muscular”, expõe o Dr. Wanderley.
Conforme o neurocirurgião, a cirurgia é realizada se o tratamento conservador falhar após seis semanas, e se o paciente continuar com queixas de adormecimento ou fraqueza na perna, dificuldade para ficar em pé ou andar, perda de controle da urina e da função intestinal. “Essa abordagem é realizada com o propósito de remover a porção do disco que se tornou uma hérnia ou então o disco inteiro”, finaliza.