A condição ganhou relevância após um fã da banda Black Eyed Peas declarar no Twitter que um membro do grupo tem deficiência visual. Trata-se do cantor Allan Pineda Lindo, considerado legalmente cego por ter nistagmo.
O oftalmologista Dr. Pablo Rodrigues, membro da American Academy of Ophthalmology, explica que o nistagmo é um movimento rítmico, repetido, rápido e involuntário ocular. “A palavra nistagmo tem origem grega de Nystagmus, que faz referência aos lentos movimentos da cabeça, realizados por uma pessoa que adormece sentada”, afirma.
Causas do nistagmo
De acordo com o especialista, as causas e sua gravidade da condição estão associadas ao surgimento da doença, que é classificada como congênita ou adquirida.
Nos casos congênitos, se destacam a catarata congênita, hipoplasia do nervo óptico, amaurose congênita de Leber, acromatopsia, albinismo oculocutâneo, aniridia, coloboma coroidal e erro refrativo grave. Todas essas condições causam deficiência visual moderada a grave em ambos os olhos desde o nascimento.
Nos casos adquiridos podem ter muitas razões: desde altas ametropias (miopia e astigmatismo elevados) a anormalidades cerebrais, efeitos colaterais de medicamentos, câncer, distúrbios genéticos e metabólicos, entre outros. O nistagmo adquirido pode estar associado a condições médicas graves e muitas vezes requer avaliação complementar, com exames de imagem e testes laboratoriais.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
Pessoas com nistagmo geralmente sentem:
- Sensibilidade à luz;
- Tonturas;
- Redução da acuidade visual;
- Dificuldade para enxergar em ambientes escuros;
- Dificuldade para percepção de profundidade e coordenação motora.
Para o diagnóstico, o Dr. Pablo Rodrigues alerta que os movimentos oculares devido ao nistagmo podem ser verticais, horizontais ou até rotacionais. “Muitas vezes tais movimentos surgem com a mudança do posicionamento do olhar ou da cabeça”, completa.
O nistagmo tem cura, dependendo do tipo da condição e do que a causou. De acordo com o especialista, em alguns casos é possível curar o transtorno, enquanto em outros casos dá apenas para diminuir seu impacto.
Como explica o oftalmologista, o tratamento está associado à causa que o provoca. Em algumas situações o tratamento pode ser clínico e, em outras, a cirurgia geralmente reduz as posições nulas, diminuindo com a inclinação da cabeça e melhorando a aparência estética.
Fonte: Dr. Pablo Rodrigues, oftalmologista especialista em Córnea, Doenças Externas e Lentes de Contato.