De acordo com o presidente da Comissão de Campanhas Públicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Jean Klay dos Santos Machado, a sarcopenia (perda da musculatura) tem sido recorrente nos casos moderados e graves de Covid-19. Foi possível perceber a frequente demanda de pacientes com queixas ortopédicas após a recuperação da doença.
Um estudo feito por profissionais do Hospital Sírio Libanês com pacientes de terapia intensiva demonstrou perda e diminuição da força muscular precoce durante 10 dias de internação. A pesquisa mostra a relação de dano entre a Covid-19 e a função do músculo esquelético, além de apontar a necessidade de acompanhamento médico.
Por ser uma doença sistêmica, ou seja, que afeta o corpo todo, a Covid-19 pode causar complicações musculares, respiratórias, cardiológicas, neurológicas e psicológicas. Como outro levantamento, desta vez realizado pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), apontou: 60% dos pacientes que contraíram o coronavírus apresentaram algum tipo de sequela um ano após a alta hospitalar.
Como diminuir o impacto da Covid-19 na musculatura
Em sua fase aguda, a Covid-19 causa um processo inflamatório dos músculos e tendões. Isso atrelado à inatividade a qual os pacientes são submetidos durante a internação expõe as articulações à sobrecarga, o que explica a origem dos problemas surgidos na musculatura.
A recomendação da SBOT é que a reabilitação muscular “deve ser iniciada ainda enquanto os pacientes estejam no hospital, com movimentos realizados no leito ou com caminhadas curtas”. As pessoas acometidas pela doença devem procurar um médico ortopedista para que possam receber os cuidados e as orientações adequadas para a recuperação da musculatura.
Para quem não teve a doença, a Sociedade destaca a relevância de manter um condicionamento muscular saudável, pois a boa saúde dos músculos pode facilitar a recuperação caso a pessoa venha a se infectar.
Sintomas e sequelas da Covid-19
Com diferentes variantes, os sintomas da Covid-19 podem variar. A doença em sua forma prolonga causa cansaço, fraqueza, falta de ar, perda de paladar e de olfato, dores de cabeça e no corpo, ansiedade, depressão e déficit de memória e concentração.
Já as sequelas mais comuns são incontinência urinária e dificuldades para retornar às atividades de trabalho, bem como atividades físicas ou de autocuidado. Além disso, a síndrome pós-Covid pode agravar doenças preexistentes, como diabetes, hipertensão, insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca e doenças pulmonares.
