Virginia Fonseca, esposa de Zé Felipe, voltou a reclamar de crises de enxaqueca em seu Instagram. A influenciadora já havia sido internada por alguns dias em maio deste ano por conta da cefaleia refratária. Grávida da segunda filha, Virginia revelou estar sentindo enjôo por conta das dores de cabeça.
Cefaleia refratária
Como explica o neurocirurgião e neurologista do Hospital Albert Einstein, Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, a cefaleia refratária se trata de dores de cabeça comuns, porém constantes, que possuem um difícil tratamento e que não respondem a qualquer medicamento. “Cefaleia refratária, como o nome fala, é aquela de difícil tratamento imediato, uma situação na qual você medica o paciente e ele sempre continua com aquela dor persistente”, completa.
Contudo, a cefaleia da influenciadora não chega a ser perigosa e nem incomum, desde que sejam feitos todos os exames necessários e que não seja constatada nenhuma lesão estrutural, ou uma lesão no cérebro como um tumor, por exemplo. “Se não é o caso da paciente, o tratamento é mesmo medicamentoso, e nesse início de gravidez, repouso”, afirma Dr. Wanderley.
Enxaquecas na gestação
O neurologista conta que a cefaleia pode aparecer com frequência em algumas gestantes, ainda no primeiro trimestre de gravidez devido às intensas alterações hormonais do período. A enxaqueca é potencialmente grave para a gestante ou o feto no caso da existência de alguma doença neurológica aguda e grave, como coágulos no cérebro, vasculites, aumento da pressão do crânio, acidente vascular cerebral ou até hemorragias intracranianas.
O diagnóstico também é dificultado durante a gestação. Isso porque qualquer pessoa com cefaleia intensa pode realizar exames complementares como ressonância magnética, doppler transcraniano e eletroencefalograma. Contudo, as mulheres no início da gestação não podem ser submetidas a radiações como radiografias, tomografias e radioterapia, pois podem causar malformações no feto.
Tratamento para gestantes
O médico destaca que o tratamento de Virginia é um pouco mais difícil, visto que ela está grávida e não pode ser submetida a qualquer tipo de medicação. “O que ocorre é que, ao ministrar medicamentos, temos que ter cuidado para que a mesma não passe para a placenta e atinja o bebê”, justifica.
Resguardando a mãe e o feto de todos os riscos, as formas de tratamento podem variar desde métodos não medicamentosos, como acupuntura, técnicas de relaxamento, psicoterapia ou outros, até medicações analgésicas que não comprometam o bebê ao atravessar a placenta. Também podem ser utilizadas medicações preventivas ou profiláticas.
O Dr. Wanderley destaca ainda a importância de tratar as náuseas e vômitos que acompanham a gestante a fim de evitar a desidratação da mãe. “É fundamental discutir o uso das medicações com o obstetra e/ou neurologista, sempre considerando a idade gestacional, a maturidade do feto e eventuais riscos que possam ocorrer”, finaliza.
