Saúde Mental

Fotógrafo das celebridades expõe impacto da profissão na saúde mental

Por trás de todo o glamour, fotógrafos vão ao limite para registrar imagens que ganham o mundo, deixando a saúde mental em segundo plano

Fotógrafo das celebridades expõe impacto da profissão na saúde mental - Foto: Shutterstock

No glamouroso mundo das celebridades, os flashes das câmeras são frequentes. Todos os dias, fotógrafos do mundo todo capturam imagens que encantam o público. Apesar disso, pouco se fala sobre os desafios enfrentados por esses profissionais. Em tempos de imediatismo como a era que vivemos, há muito esforço e correria por trás de cada clique. Muitas vezes, levando o fotógrafo até o limite da exaustão.

Max Carvalho, fotógrafo experiente que atua há anos no cenário das celebridades, revela um lado pouco conhecido, mas extremamente relevante: a importância da saúde mental nesse universo agitado. “”É fácil se perder na busca pela foto perfeita e esquecer de cuidar de si mesmo”, aponta o profissional.

Como o trabalho pode ser desafiador para a saúde mental?

Para Max, lidar com a pressão de estar sempre pronto para registrar o momento perfeito é uma tarefa desafiadora. Isso porque o constante corre-corre em suas viagens entre os estados do Brasil para acompanhar celebridades, entrevistas e ensaios fotográficos muitas vezes deixa pouco espaço para descanso e autocuidado. 

Ele conta que, em um determinado ponto de sua carreira chegou a sofrer crises de ansiedade e pânico – uma prova de que a pressão constante para entregar imagens impactantes pode ser desgastante.

De acordo com uma pesquisa realizada pela ImagemAI, 25% dos fotógrafos enfrentam problemas de saúde mental. Quase 27% deles experimentam ansiedade, e 25% relataram sentir estresse. 

O estresse, aliás, pode afetar diretamente o raciocínio do profissional, como mostrou outro estudo, publicado na revista JAMA Network Open. Segundo a pesquisa, pessoas com 45 anos ou mais que têm altos níveis de estresse são 37% mais propensas a ter problemas cognitivos, incluindo de memória e raciocínio, do que aquelas que não estão estressadas.

Desafio dobrado

A expectativa de obter cliques exclusivos e a competição acirrada no meio profissional naturalmente podem causar ansiedade e insegurança, mas o caso de Max é ainda mais delicado: o profissional recebeu o diagnóstico para Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em março de 2021. 

A condição causa sintomas como sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Em adultos, geralmente ocorrem problemas de desatenção em relação ao cotidiano e a vida profissional, bem como a falha na memória. Além disso, o TDAH frequentemente está associado a outros problemas, como ansiedade e depressão.

Colocando a saúde mental em primeiro lugar

Ao longo dos anos, Max aprendeu a importância de estabelecer limites e encontrar momentos para si mesmo, com o objetivo de preservar sua saúde mental. “Sempre tive em mim o hábito de suprir além do que era preciso, na intenção de oferecer sempre uma experiência única e inesquecível para os meus contratantes. Entretanto, precisei aprender a dizer ‘não’ em alguns momentos e tirar um tempo para relaxar e recarregar minhas energias. Afinal, criatividade e inspiração exigem descanso e cuidados com nossa mente”, conta.

Para combater os efeitos negativos do trabalho frenético, o fotógrafo encontrou na prática de exercícios físicos, meditação e terapia cognitivo-comportamental uma maneira de equilibrar a mente e o corpo. “Encontrar atividades que me desconectam do trabalho por um momento me ajudou a ganhar mais foco e clareza nas minhas tarefas, além de sessões terapêuticas, claro”, afirma.

Além disso, Max destaca a importância de se rodear de uma rede de apoio. Segundo ele, compartilhar experiências com colegas da mesma área e ter o suporte de amigos e familiares tem sido fundamental para enfrentar os desafios e evitar o isolamento que o trabalho pode causar.

“A saúde mental não deve ser negligenciada em nenhuma profissão, especialmente na nossa, em que estamos expostos a tantas situações diferentes. Buscar ajuda e conversar abertamente sobre o que sentimos é essencial”, destaca.

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