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Apneia do Sono: o que é e quais os riscos

Pesquisadora do Instituto do Sono fala que esse distúrbio aumenta as chances de infarto e AVC

Pesquisadora do Instituto do Sono fala que esse distúrbio aumenta as chances de infarto e AVC
As mulheres tem maior risco de apneia obstrutiva do sono moderada e grave - Shutterstock

Provavelmente você já deve ter ouvido falar em apneia do sono, doença caracterizada por episódios recorrentes e intermitentes de colapso das vias aéreas, que levam à cessação total ou parcial do fluxo de ar.

Muito frequente, mas pouco conhecido, o distúrbio  pode causar ronco, fragmentação de sono, sonolência excessiva diurna, cansaço, redução da memória e alterações de humor, além de aumentar o risco para doenças metabólicas e cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Segundo um estudo realizado pelo Instituto do Sono revelou que nas mulheres o risco de apneia obstrutiva do sono moderada e grave cresce até 18% a cada centímetro a mais de circunferência abdominal.

A pesquisa envolveu 500 mulheres de 20 a 80 anos para observar a prevalência da doença de acordo com o peso e o estágio reprodutivo. Todas passaram por polissonografia e tiveram a obesidade medida de acordo com a razão cintura-altura, o Índice de Massa Corporal (IMC) e a circunferência do pescoço e da cintura.

O objetivo foi analisar qual dos três fatores de avaliação da obesidade estava mais associado à apneia obstrutiva do sono. Nas mulheres na fase de pré-menopausa, a razão cintura-altura estava mais ligada ao distúrbio. No grupo de pós-menopausa, a circunferência da cintura foi mais associada à doença, desde o grau leve até o severo.

Para a Dra. Helena Hachul, pesquisadora do Instituto do Sono, a obesidade também é um fator de risco para a apneia do sono. Além disso, esse distúrbio é preocupante porque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que existam 650 milhões de adultos obesos e 1,9 bilhão de adultos com excesso de peso no mundo. 

“Há várias hipóteses para explicar a relação entre a obesidade e a apneia obstrutiva do sono. Entre elas está a redução do volume da caixa torácica e a consequente queda no volume respiratório”.

“Supõe-se ainda que o acúmulo de gordura nas paredes das vias laterais superiores estreita a faringe. A perda da força muscular das vias aéreas superiores provocada pelo depósito de tecido adiposo no músculo e a diminuição do tamanho das vias aéreas superiores também são fatores citados como responsáveis pela correlação”. 

Com o objetivo de estudar essa questão mais a fundo, os pesquisadores do Instituto do Sono selecionaram 334 mulheres na fase pré-menopausa, quando ocorrem ciclos menstruais regulares, que correspondem à vida reprodutiva. As outras 116 participantes estavam na pós-menopausa, etapa marcada por baixos níveis de hormônio, e fim do período reprodutivo.

O resultado mostrou que, a cada centímetro a mais na circunferência abdominal, cresce em 6% o risco de apneia obstrutiva do sono moderada a grave em mulheres na pré-menopausa. Já no grupo da pós-menopausa, o risco chega a 18%.

Na visão da especialista esse descompasso ocorre porque a queda na produção de hormônios altera a distribuição da gordura no corpo, levando ao aumento da circunferência da cintura e da massa gorda no tronco e no abdômen.

O acúmulo de gordura nesta região e ao redor dos órgãos internos aumenta o risco de a mulher apresentar apneia obstrutiva do sono, além de desenvolver vários tipos de câncer, inflamações, doenças cardiovasculares e outras doenças degenerativas. ”Por isso, a menopausa é um fator-chave na avaliação dos riscos à saúde da mulher”, conclui a médica.

Fonte: Dra. Helena Hachul, pesquisadora do Instituto do Sono.

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