Na última quarta-feira (09), o governador João Doria retirou a obrigatoriedade do uso de máscara ao ar livre no estado de São Paulo. A partir de agora, não será necessário utilizar o equipamento de proteção contra a transmissão do coronavírus em ruas, parques, pátios de escolas e praças do território paulista. A mesma medida também já havia sido adotada no estado do Rio de Janeiro.
A decisão de retirar a obrigatoriedade do uso de máscara em locais abertos, segundo o governo de São Paulo, foi adotada por causa da queda do número de internações por Covid-19 e do crescimento da vacinação no estado. Vale lembrar, no entanto, que o uso de máscara em ambientes fechados, como salas de aula e transporte público, continua obrigatório.
Mas, de acordo com o médico Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein, que trabalhou na linha de frente contra a Covid-19, deixar de usar máscara, no atual momento, pode ser uma decisão precipitada. “Nós não saímos da pandemia, houve apenas uma diminuição do número de óbitos, casos e internações graves”, explica.
Para o especialista, no entanto, o grande problema seria a flexibilização do uso de máscara em locais fechados. “Em lugares bem abertos e amplos, como campos, praias e parques – que não tenham muito movimento e aglomeração – tudo bem. Mas, sempre com a condição de cada um estar consciente de que, se aglomerar um grupo de pessoas nessas regiões mais amplas, deverá ocorrer o uso de máscaras”, alerta o médico.
Não é aconselhável que todos abandonem o uso de máscara
“As pessoas idosas, com comorbidades, pacientes imunodeprimidos ou com câncer, são pessoas que precisam usar máscara. Mas, principalmente quem está ao redor delas. É necessário ter uma conscientização, de uma forma precisa, bem-educada e com solidariedade para com o outro”, completa o Dr. Lima.
Lugares mais arriscados
Além de todos esses cuidados, também é necessário ter atenção com alguns locais que oferecem um maior risco de transmissão do coronavírus. “Geralmente, são os lugares mais fechados, onde tem um certo aglomerado de pessoas. Exemplos: hospitais, principalmente pronto-socorro; escolas, onde a aglomeração é grande e, às vezes, tem salas um pouco lotadas; cinemas, onde as pessoas estão, geralmente, próximas; estádios de esportes fechados; clubes fechados, onde tem confraternização e, principalmente, baladas e festas, onde não há uma conscientização coletiva”, finaliza o Dr. Lima.
Fonte: Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião e neurologista do
Hospital Israelita Albert Einstein, da Rede D’Or e diretor do WCL Neurocirurgia.