Quem já teve contato com bebês, sabe que após o nascimento é muito comum ter litros de álcool em gel por perto e um cuidado extremo na hora de encostar ou ao pegar o recém-nascido no colo. Isso acontece porque a pele do bebê é mais sensível, sendo assim, é mais propícia a apresentar vermelhidões, conhecidas como alergias.
Vale reforçar que a derma infantil é cerca de 30% mais fina que a pele dos adultos. Por isso, segundo a pediatra Gabriela Marques, a pele dos menores está mais sujeita a penetração de substâncias irritantes, que podem ocasionar alergias e infecções.
Além disso, de acordo com o médico e especialista em dermatologia, Rafael Soares, a alergia pode ser bem desconfortável para o bebê, por isso é de extrema importância consultar um profissional assim que observar as primeiras alterações na pele, para ser possível identificar o motivo da condição e iniciar quanto antes um tratamento adequado.
Sendo assim, com a ajuda dos especialistas, confira as principais causas de alergia e como prevenir essa condição nos recém-nascidos:
Produtos de limpeza
Quando o bebê está naquela fase onde começar a engatinhar e explorar os ambientes, é preciso se atentar à limpeza do chão e nos produtos de limpeza. "Como os bebês colocam as mãozinhas em contato direto com as superfícies e depois levam à boca, é preciso cuidado redobrado", explica Marques.
Segundo a pediatra, a melhor opção é evitar os produtos com fenóis, comum em desinfetantes, já que esses podem ser tóxicos.
Calor excessivo
Segundo Soares, o calor, causado tanto pelo uso de muitas roupas quanto pela exposição excessiva ao sol, pode levar à irritação da pele devido ao abafamento dos poros, sendo a alergia manifestada na forma de brotoejas - pequenas bolinhas vermelhas que podem aparecer no pescoço, debaixo dos braços ou na região da fralda.
“Na verdade, não é exatamente uma alergia, mas uma condição chamada Miliária Rubra e melhora com o resfriamento da pele”, explica Soares.
Se essa for a causa, de acordo com Soares, é importante vestir o bebê com roupas adequadas ao clima da região em que se vive, dando preferência às roupas de tecido leve, fino e de algodão, visto que dessa forma é possível evitar o calor excessivo.
Além disso, é importante uma consulta com especialistas antes de utilizar cremes calmantes e pomadas específicas na pele dos menores.
Tecidos
Como já dito, a pele do bebê é muito frágil, por isso, alguns tecidos podem causar reações alérgicas como lã, sintéticos, náilon ou flanela, pois irritam e impedem que a derma respire adequadamente.
Segundo Soares, para evitar sensibilidade relacionada com os tecidos das roupinhas, é recomendado identificar qual o tipo de material que o bebê apresenta os sintomas para que então seja evitado. "A melhor roupa para bebê é sempre de algodão que é mais macio e está associado a menos casos de alergia", finaliza.
Ademais, na hora da lavagem das roupas, especialmente dos recém-nascidos, Marques indica que o ideal é que os produtos sejam livres de corantes, fragrâncias artificiais e substâncias irritativas como álcool, compostos fenólicos e LSS (lauril sulfato de sódio).
A pediatra também aconselha que seja feito um duplo enxágue durante a lavagem para evitar qualquer resíduo químico nas peças.
Afinal, e em relação à limpeza da pele e hidratação
Quando o assunto é limpeza e hidratação do corpo do bebê, Marques indica que os cuidados também devem seguir os mesmo princípios da limpeza da casa, ou seja, os produtos naturais são a melhor opção.
"Os hidratantes para a pele do bebê devem, idealmente, ser sem corante, sem cheiro e com bons conservantes. Devem ser evitados produtos que contenham LSS (Lauril sulfato de sódio), álcool, parabenos e ureia", orienta Marques.
Outra boa opção, de acordo com Marques, são os produtos naturais à base de coco. "Gosto de pensar que devemos priorizar sempre produtos para passar na pele do bebê que também podemos comer, afinal, o que aplicamos diretamente na nossa pele também será recebido pelo nosso corpo. Eles merecem todo o nosso cuidado com amor e natureza", complementa.
Fontes: Gabriela Marques, pediatra com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Rafael Soares, especialista em dermatologia pela Associação Médica Brasileira (AMB).
