A cerimônia do Oscar 2022 ficou marcada por um tapa que Will Smith deu no rosto do apresentador Chris Rock após um comentário polêmico sobre Jada Smith (esposa de Will), que sofre de alopecia – doença autoimune que provoca queda de cabelo. Durante a cirimônia, Chris a comparou com a protagonista do filme "Até o limite da honra" (1997), interpretada por Demi Moore, que raspou os cabelos.
Imediatamente, Will Smith levantou-se da plateia, subiu no palco e deu um tapa no rosto do apresentador. O ator retornou para o seu assento e ainda mandou um recado para Chris: "mantenha o nome da minha esposa fora da sua boca".
Na sequência, Will Smith recebeu o prêmio de melhor ator. Segundo o G1, a polícia de Los Angeles, cidade onde ocorreu a cerimônia do Oscar, disse que não recebeu queixas sobre o fato. Chris Rock ainda não se pronunciou.
Entenda a alopecia, doença de Jada Smith
A alopecia aerata, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é uma doença inflamatória que provoca a queda de cabelo. No entanto, perder alguns fios ao pentear a cabeça é comum e costuma acontecer com a maioria das pessoas.
O problema começa quando ocorre uma queda excessiva e constante dos fios, provocando falhas no couro cabeludo. A partir daí é preciso ter atenção. Apesar da alopecia ainda não ter uma cura definida, o tratamento pode gerar resultados satisfatórios. Para isso, no entanto, é necessário identificar o problema o quanto antes.
Além do incômodo estético que a alopecia pode causar, devido às falhas no couro cabeludo, a condição também pode gerar outros prejuízos para a saúde. Considerada uma doença autoimune, ela agride o organismo e pode favorecer o desenvolvimento de outros problemas. “O paciente também deve ficar atento, pois outras doenças autoimunes podem se manifestar, como vitiligo, problemas da tireoide e lúpus eritematoso”, relata Fabiane Andrade Mulinari Brenner, coordenadora do departamento de cabelos e unhas da SBD.
De acordo com a especialista, os principais motivos que provocam a alopecia estão relacionados ao estresse excessivo e crises emocionais. No entanto, alguns traumas físicos e quadros infecciosos também podem contribuir para o aparecimento da doença. A boa notícia é que o tratamento é eficaz e costuma trazer resultados positivos. Porém, é preciso realizá-lo de forma consistente, por longos períodos.
“Os métodos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Porém, o procedimento escolhido vai depender da avaliação do especialista em conjunto com o paciente”, explica a médica.
Além disso, a alopecia também pode ser androgenética que, conforme o nome já diz, aparece por conta de heranças genéticas. Assim como a variação aerata, o problema não tem cura. No entanto, o tratamento correto também pode trazer bons resultados ao paciente.
“Essa condição surge em diversas idades. Na adolescência, por exemplo, pode ser potencializada pelo estímulo dos hormônios androgênios. Na menopausa, existe o risco de se tornar mais evidente. Com isso em mente, vale destacar a importância do diagnóstico precoce”, explica a tricologista Ana Cristina Trench.
De acordo com as especialistas, ao menor sinal de afinamento e queda dos fios capilares, o melhor a se fazer é buscar orientação médica. Detectar o problema logo no início é a chave para controlar a alopecia e manter a qualidade de vida e o bem-estar.