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Molnupiravir: conheça mais sobre o possível remédio contra Covid-19

Infectologista esclarece dúvidas e revela otimismo com o medicamento que está em fase final de aprovação

Infectologista esclarece dúvidas e revela otimismo com o medicamento que está em fase final de aprovação
Molnupiravir pode reduzir hospitalizações - Shutterstock

O molnupiravir é um medicamento experimental contra a Covid-19, doença que transformou o modo de viver de todo o planeta. Em fase final de aprovação, o antiviral pode ser uma importante ferramenta para evitar mortes e hospitalizações de pessoas infectadas com o coronavírus. Ao lado das vacinas, seria a proteção ideal para uma verdadeira revolução no panorama atual da pandemia.

Um estudo realizado pela Merck – empresa farmacêutica responsável pelo desenvolvimento do molnupiravir – indicou que o medicamento reduz, aproximadamente, 50% o risco de hospitalização e morte por Covid-19. Para a análise, voluntários com comorbidades foram divididos em dois grupos diferentes. O primeiro, que tomou apenas um placebo, apresentou 14,1% de hospitalização. Já entre os indivíduos que, de fato, receberam o antiviral, apenas 7,3% precisaram de tratamento hospitalar.

A eficácia foi tão significativa que, por motivos éticos – já que não seria justo seguir a aplicação de placebo nos voluntários – o estudo precisou ser paralisado. “Eles utilizaram 775 pacientes obesos, hipertensos e cardiopatas, ou seja, pessoas com comorbidades. E ele [molnupiravir] reduziu pela metade a necessidade de hospitalização no grupo em que havia o uso do antiviral, comparando com o placebo. Então, ele mostrou uma eficácia que obrigou a interromper o estudo, pois se tornaria antiético continuar dessa forma” explica o Dr. Antônio Gamme, Infectologista e chefe da UTI do Hospital São Luiz, Rede Dor.

Como funciona o molnupiravir

De acordo com o especialista, a aprovação do medicamento seria uma boa notícia e teria um impacto positivo no panorama atual da pandemia. Porém, para entender melhor qual a ação do antiviral no organismo humano, primeiro, é necessário compreender como o coronavírus se comporta.

“Os vírus não têm capacidade própria de replicação, eles precisam ser replicados por uma célula invadida por eles. Qualquer vírus. E o faz, normalmente, com o auxílio de algumas enzimas. O coronavírus usa a RNA-polimerase para ser reproduzido pelas nossas células”, explica o Dr. Gamme.

A utilização do medicamento seria exatamente para impedir a reprodução do vírus no organismo humano. “O molnupiravir é um antiviral, que se trata de um inibidor da RNA-polimerase. Ele inibe essa enzima, impedindo a replicação viral”, conta o médico.

Caso aprovado, impacto será positivo e significativo

Vale lembrar que o medicamento ainda não foi aprovado pelos órgãos reguladores e não há previsão concreta para esse tipo de regulamentação. No entanto, como os estudos iniciais foram animadores, existe uma boa expectativa de que o processo seja acelerado em caráter de urgência, assim como as vacinas.

“O molnupiravir deve contribuir muito se for utilizado de forma correta. Ou seja, nos primeiros cinco dias dos sintomas, para impedir que o vírus tenha a fase de replicação intensa nas células infectadas. Ele pode reduzir muitíssimo a utilização do hospital e a durabilidade da doença nas pessoas, além de reduzir a mortalidade. Deve mudar muito a forma como evolui a pandemia”, revela o Dr. Gamme.

Existe efeito colateral

De acordo com o médico, o antiviral tem substâncias que entram no organismo e agem diretamente nas células, provocando a inibição das enzimas virais. Dessa maneira, todo medicamento terá seus efeitos colaterais. No entanto, o custo-benefício é positivo. “Principalmente com uma droga que vai ser usada por pouco tempo – um comprimido a cada 12h, por cinco dias –, muito provavelmente, os benefícios vão superar de forma estrondosa os efeitos colaterais ou eventos adversos”, esclarece o infectologista.

Molnupiravir não reduz a importância da vacinação

O antiviral, caso seja aprovado e regulamentado, deverá ser usado apenas pelas pessoas já infectadas pela Covid-19. Ele será um tratamento para a doença e não uma maneira de prevenção. Os métodos para evitar o contágio vão continuar os mesmos: isolamento, higienização e uso de máscaras.

“Ele [molnupiravir] vai, na verdade, complementar o serviço prestado pelas vacinas. As vacinas reduzem bastante a disseminação da pandemia. Mas, as pessoas que se infectam, eventualmente, podem não ser totalmente protegidas, embora haja a diminuição de casos mais graves. O molnupiravir tende a resolver isso. Um tratamento que pode ser feito em casa, sem nenhum problema”, explica o Dr. Gamme.

Ainda não se sabe como será o acesso ao medicamento, caso ele seja aprovado. No entanto, o custo dele tende a ser elevado para a população no geral. Por isso, é fundamental que, após a regulamentação de órgãos especializados, o molnupiravir seja distribuído pelo sistema público de saúde. Dessa maneira, seria mais uma importante ferramenta para o fim da pandemia.

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