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Além da Covid-19: as sequelas deixadas pela doença

Pacientes relatam diferentes sintomas mesmo após a recuperação

Pacientes relatam diferentes sintomas mesmo após a recuperação
Mesmo após a recuperação, a Covid-19 pode deixar sequelas - Shutterstock

Segundo um estudo conduzido pela Agência de Controle e Prevenção de Doenças da Coréia do Sul, nove a cada 10 pacientes que tiveram Covid-19 relataram sequelas após a recuperação da doença.

Os sintomas mais presentes são: perda do olfato e do paladar, fadiga e problemas psicológicos.

Para chegar ao resultado, a instituição fez uma pesquisa online com 965 pacientes.

Do total, 879 pessoas (91,1%) relataram que tinham, pelo menos, um efeito colateral causado pela Covid-19.

“Mais da metade dos pacientes se queixam de fadiga muscular e cansaço (neuromuscular). No entanto, como a repercussão da Covid-19 é sistêmica, várias consequências estão sendo observadas. Como exemplos neurológicos e otorrinolaringológicos, temos: dor de cabeça, déficit de atenção, perda de memória, alterações do sono, ansiedade, depressão, alterações no paladar, perda do olfato ou redução parcial dele e zumbido no ouvido”, lista Carlos Hossri, coordenador médico do Programa de Reabilitação Pós-Covid do HCor.

Foi o que aconteceu com Rozeli Bergoce. Com 54 anos e sem nenhuma comorbidade, ela teve Covid em agosto de 2020.

A residente de Mirandópolis (595 km de São Paulo) apresentou os sintomas clássicos da doença: cansaço, fraqueza, perda do paladar e olfato, febre e, por último, falta de ar.

Por isso, ela teve que ser internada e logo seu estado se agravou.

“Fui internada, depois fui pra UTI e tive que ser entubada. Fiquei em coma por cinco dias. Fui desenganada pelos médicos, mas graças a Deus estou aqui! Fiquei 12 dias na UTI e mais sete dias no quarto me recuperando”, lembra.

Quase oito meses após sua recuperação, Rozeli ainda convive com as sequelas. “As sequelas são dores nas pernas, às vezes esqueço as coisas, não posso andar depressa porque me canso rápido e me dá falta de ar”.

Vanessa Barbosa, de 22 anos, também testou positivo para Covid-19 em agosto do ano passado.

A moradora de Jundiaí (60 km de São Paulo) relata que ainda sente os efeitos da doença, mesmo após quase oito meses.

"Fiquei com sequela, mas descobri isso só depois. Percebi que meu cabelo começou a cair bastante, todos os dias. Comentei sobre a queda de cabelo com o médico e ele disse que realmente pode ser uma sequela do Covid", relata.

Além disso, Vanessa ainda atribui à doença um cansaço que não sentia antes.

De acordo com o Hossri, os problemas deixados pela Covid-19 não param por aí:

“No que diz respeito a manifestações respiratórias e cardiovasculares, vemos: falta de ar, tosse, dor no peito ou desconforto torácico, redução da capacidade pulmonar, palpitações e aumento da frequência cardíaca, insuficiência cardíaca por inflamação no músculo cardíaco (miocardite) ou do pericárdio (pericardite) e risco elevado de trombose. Por fim, alguns pacientes também podem apresentar dores articulares, perda de peso e sintomas digestivos”, complementa Carlos.

As sequelas normalmente se manifestam de duas semanas a quatro meses depois da infecção do vírus e, algumas delas, podem permanecer pelo resto da vida do paciente.

Felizmente, a maioria é reversível. “No entanto, essa reversão varia de forma individual. Alguns levam de três a seis meses para melhorar as sequelas cardiovasculares, respiratórias e neurológicas”, destaca Hossri.

Ajuda especializada pós Covid-19

Recentemente, o apresentador e jornalista Geraldo Luís recebeu alta do hospital após ficar 22 dias (sendo alguns deles na UTI) internado por complicações da Covid-19.

O jornalista, inclusive, compartilhou nas redes sociais que havia perdido os movimentos da perna direita em decorrência da doença, e que agora fazia fisioterapia para se recuperar.

Marisa Regenga, gerente de reabilitação do HCor, ressalta que pacientes que foram submetidos à internação podem ter mais comprometimento ou alguma limitação funcional, e, por isso, devem procurar ajuda especializada.

“É preciso que esses pacientes tenham em mente que, apesar de se tratar de uma doença nova, já existem programas montados em algumas instituições para reabilitá-los no ambiente ambulatorial hospitalar”, destaca.

Hossri ainda complementa:

“A forma mais adequada de restabelecer os sintomas, principalmente os mais comuns e de ordem cardiovascular, é através de programas específicos de reabilitação cardiopulmonar e metabólica. Nesses programas, são realizadas avaliações individuais e provas funcionais – por exemplo o teste cardiopulmonar (ergoespirométrico) – com as quais identificamos a capacidade aeróbica e eventuais disfunções respiratórias, e prescrevemos adequadamente os treinamentos respiratórios e neuromusculares”.

Por isso, os pacientes que se recuperaram da Covid-19 devem ficar atentos a possíveis sequelas e procurar auxílio médico para garantir uma reabilitação mais rápida e, também,  maior qualidade de vida.

Consultoria: Carlos Hossri, coordenador médico do Programa de Reabilitação Pós-Covid do HCor; Marisa Regenga, gerente de reabilitação do HCor.

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