Ter um remédio contra o câncer, por muito tempo, foi praticamente um sonho de médicos e pacientes. No entanto, o avanço da ciência nos permite cada vez mais realizar desejos dessa natureza. Não à toa, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou recentemente um novo medicamento para auxiliar as mulheres no combate ao câncer de mama.
Trata-se da combinação entre as substâncias pertuzumabe e trastuzumabe, com dose fixa e aplicação subcutânea – injeção na camada adiposa da pele. Dessa maneira, a rotina de quem possui a doença tende a ficar menos complicada. De acordo com a Roche, farmacêutica que fabrica o produto, o medicamento servirá para o tratamento de câncer de mama HER2 positivo, tanto inicial quanto metastático.
“Além da rapidez, as pacientes se sentiram melhor com essa forma de administração, menos agredidas e invadidas com a aplicação subcutânea do que com a aplicação na veia ou no cateter. Os motivos principais pelos quais elas preferiram o subcutâneo é menos tempo na clínica, mais conforto durante a aplicação, menos estresse emocional e menos dor na hora da injeção”, explica a oncologista Dra. Gisah Guilgen.
Entenda mais sobre o câncer de mama
Segundo os dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) no mundo inteiro, mais de 2 milhões de casos da doença foram registrados em 2020. Sendo que, em 2021, o Brasil superou a marca de 60 mil casos de câncer de mama, com aproximadamente 18 mil vítimas fatais. Confira os principais sintomas da doença:
- Caroço (nódulo) endurecido, fixo e geralmente indolor. É a principal manifestação da doença, estando presente em mais de 90% dos casos;
- Alterações no bico do peito (mamilo);
- Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
- Saída espontânea de líquido de um dos mamilos;
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.
O tratamento é realizado de acordo com cada caso. Além do novo medicamento aprovado pela Anvisa, também pode ser necessária a realização de quimioterapia, radioterapia, cirurgias e outras abordagens médicas.
A melhor maneira de combater o câncer de mama, no entanto, continua sendo a detecção precoce da doença, com exames de toque e mamografias. E os números atuais do Brasil, infelizmente, não são animadores.
“Além da queda na realização das mamografias, exame fundamental para o rastreamento da doença, identificamos um aumento de mulheres com nódulos palpáveis, saindo de 7,0% em 2019 para 7,9% em 2020, algo de extrema preocupação para todos nós", afirma a mastologista, Dra. Jordana Bessa.
Fora isso, também é fundamental a realização periódica de outros exames, para a detecção precoce de diversos tumores. “Os exames de papanicolau, mamografia, ultrassonografia, exame de toque e PSA devem ser realizados, pelo menos, uma vez por ano. No caso da colonoscopia, uma vez a cada cinco anos, a partir dos 45 anos de idade”, finaliza o oncologista, Dr. Felipe Moraes.