Provavelmente você já deve ter ouvido falar em ronco, bruxismo ou apneia obstrutiva do sono (AOS). Problemas que para muita gente já eram conhecidos se tornaram ainda mais comuns durante o período da pandemia. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a AOS afeta uma em cada três pessoas no mundo e isso porque ainda 85% dos pacientes não são diagnosticados.
Segundo o Dr. Alexandre Annibale, cirurgião-dentista, roncar não é normal e é um sinal de apneia obstrutiva, doença potencialmente fatal. Esses distúrbios do sono diminuem a oxigenação sanguínea, causando aumento na pressão arterial e pode provocar infarto, AVC, diabetes, entre outros. Agrava-se ainda mais a situação nesse período, pois são comorbidades altamente debilitantes para o paciente que contrair a Covid-19".
"Após a Covid-19, houve uma piora na qualidade do sono devido ao estresse, ansiedade e ganho de peso. Além disso, há aqueles que abandonaram tratamentos dentários e médicos por conta da pandemia".
De acordo com um estudo realizado pela OMS divulgado em dezembro de 2020, a pandemia de Covid-19 contribuiu para o agravamento dos distúrbios do sono, problema que acomete cerca de 45% da população mundial.
Os problemas relacionados à saúde bucal que interferem na qualidade do sono envolvem o padrão facial, arcada dentária, posicionamento da língua e a falta de dentes, fatores ligados a respiração do paciente.
"No entanto, o Dr. Alexandre diz que existem vários tipos de tratamentos que serão baseados em diagnóstico elaborado por meio do exame do sono, chamado de polissonografia (exame responsável em medir a atividade respiratória, muscular e cerebral durante o sono)".
"As alternativas para seguir o tratamento, vão desde correção cirúrgica por meio de avanço bimaxilar, CPAP (aparelho de pressão positiva continua nas vias aéreas), aparelho de avanço mandibular até terapias com fonoaudiologia e fisioterapia, ou seja, é um tratamento multidisciplinar, que ajuda não só o indivíduo que sofre com alguma doença do sono, mas também às outras pessoas com quem dorme junto".
"Quando se fala em ter boa saúde e longevidade, dois pilares são bem conhecidos: alimentação saudável e prática de atividade física. Mas um terceiro e tão importante quanto os demais, é o sono. Por isso, cuidar bem da sua saúde é também ter uma boa qualidade de sono. E isso começa pela saúde da sua boca", encerra o cirurgião-dentista.
Vale ressaltar que esse diagnóstico é feito pelo dentista capacitado em odontologia do sono.
Fonte: Alexandre Annibale, cirurgião-dentista, especialista em ortodontia e capacitado em odontologia do sono.
