Hoje é o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, transtorno que pertence ao espectro autista
por Redação SD
Publicado em 18/02/2022 às 11:00
Atualizado às 11:00
Hoje, sexta-feira (18), é o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, uma data simbólica para conscientizar as pessoas sobre a importância de detectar e tratar corretamente o transtorno que pertence ao espectro autista. A condição, na verdade, trata-se de uma alteração comportamental genética, que interfere nas interações sociais do paciente.
A pessoa com Síndrome de Asperger costuma ter maiores dificuldades para se relacionar com outros indivíduos e, geralmente, direciona toda sua atenção para assuntos específicos. Dessa maneira, acaba desenvolvendo um foco acima da média para determinados tópicos. Algo que, por vezes, a faz parecer mais inteligente do que o restante.
No entanto, a ideia de que as pessoas com Síndrome de Asperger são mais inteligentes pode ser perigosa. O que acontece, na verdade, é que esses indivíduos possuem um foco especial para um ou dois assuntos específicos, algo que pode levá-los ao sucesso nessas áreas. Mas, o problema ocorre quando tudo isso vira um argumento para minimizar o cuidado necessário para um desenvolvimento completo de quem possui a condição – fator fundamental para o bem-estar.
“Pessoas com Síndrome de Asperger podem apresentar determinadas inteligências, mas falham na cognição que é, também, uma inteligência. Por isso, deve-se ter todo cuidado educacional e no desenvolvimento cognitivo para que possam se enquadrar melhor na sociedade e contribuir com ela”, afirma o neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, membro da Society for Neuroscience.
De acordo com o especialista, a Síndrome de Asperger não tem cura. Porém, existem diversos tratamentos que podem atenuar os efeitos negativos associados à condição. “Eles têm dificuldades em entender situações sociais e formas sutis de comunicação, como linguagem corporal, humor e sarcasmo. Os interesses podem se tornar obsessivos e interferir na vida cotidiana”, explica.
“A Síndrome de Asperger corresponde a um conjunto reconhecível de atipicidades, apesar de uma existência instável na nosografia psiquiátrica. Mais uma condição do que um transtorno, merece reconhecimento como uma entidade isolada dentro do espectro do autismo, em particular porque isso é benéfico para aqueles que se identificam com ele. Em comparação com pessoas com autismo prototípico, os indivíduos Asperger têm interesses intensos e enfrentam questões motoras, afetivas e adaptativas distintas”, conta o Dr. Agrela.
Segundo o especialista, o diagnóstico da Síndrome de Asperger deve ser realizado por uma equipe médica multidisciplinar. O paciente que possui a condição deverá receber acompanhamento médico para ajudá-lo a construir uma interação social melhor. O tratamento pode ser através de intervenções terapêuticas e medicamentosas. No entanto, a orientação psicológica também é fundamental para que o indivíduo desenvolva um autoconhecimento.
"As pessoas Asperger podem contribuir para o progresso da sociedade e merecem o pleno reconhecimento de seus direitos e individualidades dentro de um mundo neurodiverso”, finaliza o Dr. Agrela.
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