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Além da obesidade: bariátrica reduz risco de hipertensão e diabetes

A cirurgia bariátrica é uma das principais formas de tratar a obesidade. Mas ela também tem efeitos positivos sobre a hipertensão e a diabetes

Além da obesidade: bariátrica reduz risco de hipertensão e diabetes
Além da obesidade: bariátrica reduz risco de hipertensão e diabetes - Foto: Shutterstock

A cirurgia bariátrica é a principal opção de tratamento para pessoas com obesidade mórbida. Especialmente para aquelas que não conseguiram perder peso com mudanças no estilo de vida e através de outras terapias. O procedimento diminui os números na balança e, por isso, melhora as condições de saúde relacionadas à obesidade. É o caso, por exemplo, da diabetes e hipertensão.

Cirurgia bariátrica reduz risco de diabetes

De acordo com um estudo recente da Universidade de Michigan, a cirurgia bariátrica tem efeitos positivos reduzindo as complicações resultantes do diabetes.

O estudo contou com 79 indivíduos que passaram pela cirurgia bariátrica e tiveram acompanhamento por um período de 2 anos. Todos os participantes apresentavam obesidade classe 2 ou 3.

Após o período do estudo, os dados obtidos indicaram uma melhora significativa na neuropatia periférica, enquanto a retinopatia e a neuropatia autonômica cardíaca mantiveram-se estáveis. 

Os resultados também demonstraram uma melhora na maioria dos fatores de risco metabólicos, como a redução de peso. Além disso, a melhora nos níveis de glicose em jejum estava associada a uma melhora na retinopatia diabética — complicação ocular causada pelo excesso de glicose no sangue, que pode levar a uma perda significativa da visão se não tratada adequadamente.

De acordo com o cirurgião especializado em bariátrica, Dr. Fabio Rodrigues, o estudo reforça cientificamente os benefícios da cirurgia bariátrica não apenas no combate à obesidade, mas também a diversas doenças relacionadas.

“Este estudo apenas ratifica o que já se conhece sobre os efeitos positivos da cirurgia bariátrica em pacientes com obesidade, em especial nas doenças que podem decorrer dela, não apenas a diabetes, mas também hipertensão, cânceres, doenças cardiovasculares, problemas renais e diversos outros, decorrendo da perdas peso e alteração no estilo de vida”, destaca.

Menor risco de hipertensão

A bariátrica também se mostrou eficiente em reduzir os riscos de hipertensão arterial, ou pressão alta. A hipertensão é uma das consequências da obesidade e está entre as doenças mais prevalentes no Brasil. Ela mata cerca de 300 mil brasileiros por ano, o que equivale a 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma pessoa a cada 2 minutos, indicam os dados do Ministério da Saúde.

Os pacientes com hipertensão representam 32% da população adulta brasileira, ou seja, 36 milhões de indivíduos. Desse número, apenas 50% têm conhecimento de que têm hipertensão e, deste total, apenas metade realiza tratamento.

Para reduzir as chances de adquirir pressão alta, é importante reduzir o consumo de alimentos com muito sal, como os industrializados, temperos prontos, molhos de salada, embutidos, etc. 

“É importante também evitar o saleiro na mesa e evitar o uso de muito sal na comida. O sal deve ser utilizado com bastante restrição, preferindo sempre os temperos naturais e ervas”, explica a Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga do hospital Albert Einstein e cofundadora da ONG Obesidade Brasil.

Mas, além disso, a cirurgia bariátrica também pode ser uma opção — desde que o paciente esteja apto a passar pelo procedimento. Um publicado na revista Annals of Internal Medicine, mostrou que a cirurgia bariátrica teve um efeito promissor no controle da hipertensão em pacientes com obesidade após 3 anos de seguimento. 

De acordo com a pesquisa, 35% dos pacientes submetidos à cirurgia ficaram com a pressão controlada sem o uso de medicamentos. Além destes, em torno de 40% dos conseguiu reduzir o número de medicamentos para hipertensão.

“Nosso estudo demonstrou pela primeira vez o papel da cirurgia bariátrica no controle da hipertensão em pacientes com obesidade quando comparado ao tratamento clínico isoladamente”, conclui o médico cirurgião bariátrico Dr. Carlos Schiavon, coordenador do estudo e coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Não basta fazer a cirurgia

A bariátrica demonstrou ter efeitos positivos no combate a essas condições crônicas. No entanto, a cirurgia não faz milagres. Para obter todos esses benefícios, é necessário realizar todo o processo, desde o início até a pós-bariátrica, destaca o Dr. Fabio.

Segundo ele, é importante contar com uma equipe de profissionais qualificados com foco em uma abordagem multidisciplinar para evitar o ganho de peso após a cirurgia. Afinal, mesmo após o procedimento, é preciso aplicar mudanças em todo o estilo de vida do paciente, afirma o médico. 

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