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Celulite infecciosa: entenda a causa da internação de Rafael Cardoso

Ator deve ficar internado durante o feriado de Carnaval para tratar um quadro de celulite infecciosa. Entenda as causas e o tratamento

Celulite infecciosa: entenda a causa da internação de Rafael Cardoso
Celulite infecciosa: entenda a causa da internação de Rafael Cardoso - Foto: Reprodução Instagram @rafaelcardoso9)

Rafael Cardoso está internado desde a última terça-feira (14) em um hospital do Rio de Janeiro por conta de uma celulite infecciosa. O ator vem tomando antibióticos e passa bem, mas precisará ficar no hospital, a princípio, até a quarta-feira de cinzas (22).

Segundo a assessoria de Cardoso, ele estava com uma foliculite (inflamação dos folículos pilosos, estrutura onde os pelos nascem e crescem) entre o rosto e o pescoço. O quadro acabou se agravando e evoluiu para uma celulite, uma infecção que se espalha na pele.

Como Cardoso tem um problema congênito no coração e fez uma cirurgia em 2021 para implantar um desfibrilador, a equipe médica considerou o risco de endocardite, que provoca inflamação na membrana que reveste a parede interna do órgão e as válvulas cardíacas. Por isso, optaram por mantê-lo no hospital. Ainda de acordo com a assessoria, a administração de antibiótico é feita por via intravenosa, e o tratamento deve durar sete dias.

O que é celulite infecciosa?

A celulite infecciosa difere da celulite estética, esclarece o professor e cirurgião plástico, Dr. Thiago Marra. “A celulite comum acontece quando há uma disposição anormal na distribuição de gorduras no organismo e ela aparenta na pele, na camada mais externa, aquela que vemos e podemos tocar. Ela é totalmente diferente da celulite infecciosa que é uma doença bacteriana causada pelas bactérias estafilococos e estreptococos”, ressalta.

O médico explica que nossa pele tem três camadas: a epiderme (camada externa), a derme e a hipoderme, que é a camada mais profunda. Cada uma delas também tem subcamadas com funções específicas para proteção do nosso organismo. “Quando o paciente é acometido por uma celulite infecciosa, as bactérias atingem principalmente a derme e hipoderme, que são as camadas mais profundas da pele, agravando a doença e podendo chegar até a corrente sanguínea e é aí que está o perigo”, alerta.

A celulite infecciosa costuma atingir principalmente os membros inferiores, mas também pode acometer o rosto  – local onde ela se torna mais perigosa, pois em muitos casos o quadro pode evoluir para uma meningite bacteriana. O caso de Rafael Cardoso é delicado, já que a lesão está entre seu rosto e seu pescoço. Além disso, o autor tem miocardiopatia hipertrófica congênita e implantou um desfibrilador cardíaco, o que aumenta a delicadeza do quadro.

“Pacientes com cardiopatias, diabetes e outras comorbidades devem sempre estar alertas. Isso porque uma infecção, seja ela qual for, pode potencializar esses problemas e haver uma complicação. Por isso, esses pacientes necessitam de cuidados redobrados e assistência médica imediata”, destaca o Dr. Thiago.

Erisipela

De acordo com a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, a celulite infecciosa tem origem semelhante à erisipela. Ambas ocorrem quando as bactérias que fazem parte da flora bacteriana de nossa pele (como as citadas pelo Dr. Thiago) penetram no tecido cutâneo. As vias de entrada geralmente são cortes ou feridas e provocam infecções que rapidamente afetam os vasos linfáticos existentes na segunda camada da pele, explica a médica.

Segundo a especialista, a erisipela e a celulite infecciosa possuem sintomas parecidos, deixando a pele dolorida, avermelhada, inchada e quente. Além disso, também podem causar febre e calafrios em algumas pessoas. Porém, as doenças não são a mesma coisa. “A principal diferença entre a erisipela e a celulite infecciosa é a profundidade que a infecção atinge. Enquanto a primeira atinge as camadas mais superficiais da pele, sendo mais frequente nos membros inferiores e na face, a celulite atinge a derme profunda e o tecido subcutâneo, ocorrendo principalmente nos membros inferiores”, reforça.

Tratamento

O Dr. Thiago alerta que, ao menor sinal de alteração na pele, é sempre importante procurar um médico, pois, no caso da celulite infecciosa, o quadro pode evoluir muito rapidamente. Sem o tratamento adequado, a doença pode apresentar um quadro de abscesso e evoluir para sepse, que é uma infecção generalizada que pode levar à morte.

Ele explica que o tratamento da celulite infecciosa é por antibióticos intravenoso e, dependendo da gravidade do caso, e também a critério médico, há a necessidade de internação para monitoramento e aplicação desses medicamentos.

O médico também pode receitar analgésicos e antitérmicos para reduzir a dor e a febre. “Normalmente os sintomas melhoram em 10 dias após o início do uso de antibióticos. Mas, para ajudar no tratamento, é importante também que o paciente repouse e mantenha o membro afetado elevado durante trinta minutos três vezes ao dia para diminuir a dor e o inchaço, além de manter a área infectada sempre limpa”, completa a Dra. Aline.

É possível prevenir a celulite infecciosa?

Aline afirma que, na grande maioria das vezes, é possível prevenir tanto a erisipela quanto a celulite infecciosa. Por exemplo, caso você se corte por acidente, é fundamental que você lave as feridas com água e sabão, enxugando bem com uma toalha em seguida. 

“Além disso, se você sofrer com onicomicoses, micoses interdigitais e de unha, é essencial que você consulte um dermatologista para realizar o tratamento adequado, pois estas fissuras que se formam nos vãos dos dedos dos pés são portas de entrada para as bactérias causadoras da doença”, afirma. 

“Porém, o mais importante é que você consulte um médico clínico ou cirurgião vascular ao notar qualquer sinal de erisipela ou celulite infecciosa. Apenas ele poderá realizar uma avaliação e indicar o melhor tratamento para o seu caso”, conclui a especialista.

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