O puerpério está entre um dos momentos mais delicados na vida de uma mulher e a telemedicina pode se tornar uma facilitadora neste período. Marcado por inúmeras transformações hormonais e corporais, privação do sono e mudanças no relacionamento familiar, o puerpério tem início imediatamente após o parto e dura, em média, seis semanas.
Este é um momento no qual a mulher está bastante vulnerável e suscetível ao surgimento de transtornos, como a depressão pós-parto (DPP), que inicia na gestação ou nas semanas de puerpério, podendo persistir por um ano ou mais. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a DPP atinge entre 10% e 20% das mães. A American Pregnancy Association indica que entre 70% e 80% das mulheres têm algum sentimento negativo após o nascimento do bebê.
"É fundamental identificar os sintomas e os gatilhos por conta da rotina alterada, privação de sono, alimentação, além dos medos e insegurança normais da nova mãe. Por isso, é tão importante cuidar da saúde de um ser humano que está cuidando dos primeiros dia de vida de outro ser humano. E é fundamental criar uma rede de apoio para a mulher, para que ela possa, não só criar vínculo e cuidar do bebê, como promover o autocuidado", explica da Dra. Sara Carlos da Silva, psicóloga e psicoterapeuta.
Como a telemedicina pode ajudar
Seja por estar se recuperando do parto, amamentando ou estar em um período de resguardo, muitas mães evitam sair de casa e se dirigir a consultas durante o puerpério. Nesse contexto, a telemedicina surge como uma aliada das mamães.
Surgida na pandemia, e em debate desde então, a telemedicina foi regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) na última quinta-feira (05). Pelas novas regras, o médico poderá decidir se a primeira consulta será presencial ou online. A resolução entrou imediatamente em vigor.
O presidente do CFM José Hiran Gallo afirmou, em nota, que a norma abre portas para garantir um atendimento integral aos cidadãos que encontravam dificuldades para receber assistência médica, como as mães puérperas.
Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria e Conselho Federal de Medicina.