O puerpério é o período após o parto até que o corpo da mulher volte às condições normais (pré-gestação) -- e geralmente varia de 45 a 60 dias. A mulher enfrenta diversas alterações, não só hormonais e físicas, mas também emocionais.
Desde o nascimento da criança até a primeira menstruação depois da gravidez é o momento em que a mãe está mais vulnerável e tende a ter mais crises, não só pelas alterações do organismo, mas principalmente a insegurança devido a essa adaptação e novidade entre o bebê e a mãe.
“Muitas acabam se sentindo desamparadas, incapazes e inseguras nesse momento e sentem que perderam o controle de sua vida. É uma sobrecarga grande para lidar com tantas mudanças e, por isso, ele não deve ser romantizado. O apoio da família e de pessoas próximas faz toda a diferença nesse momento, até que ela consiga se reencontrar e ter a segurança necessária para seguir em frente”, explica a ginecologista e obstetra Dra. Evelyn Prete.
Em quantas etapas é dividido o puerpério
O puerpério é dividido em três etapas: imediato (do 1º ao 10º dia após o parto), caracterizado pela crise genital, acompanhada de alterações gerais e, principalmente, endócrinas. O tardio (do 11º ao 45º dia), período de transição no qual continua a recuperação genital e a lactação começa a influenciar o organismo e remoto (a partir do 45º dia), que é dependente da amamentação.
De acordo com Evelyn, “as mães lactantes em tempo integral podem ficar sem menstruar por mais de 12 meses, enquanto as que não amamentam podem ter a menstruação voltando, em média, com 6 a 8 semanas após o parto. Já a amamentação parcial é menos eficiente para estender a amenorreia (falta de menstruação) pós-parto”, explica a médica.
O principal motivo para a mulher se sentir tão insegura nesse período e intensificar a autocobrança é a imagem que a sociedade construiu ao longo do tempo do que é ser mãe e dos padrões que, supostamente, devem ser seguidos.
“Se a mãe foge dos padrões impostos, ela é julgada. Por exemplo, se ela não consegue amamentar o seu filho, por algum motivo, ela é criticada e intitulada como uma mãe ruim e irresponsável, que não consegue suprir as necessidades da criança. O momento é de acolhimento à mulher, às suas necessidades físicas e emocionais, não de julgamento”, finaliza a Dra. Evelyn.