Mais de 21 milhões de brasileiros convivem com a depressão. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT do Ministério da Saúde, a Vigitel. O estudo foi elaborado em 2021 e contou com mais de 27 mil entrevistas de voluntários maiores de 18 anos de todos os estados do país.
Trata-se de uma pesquisa pioneira por trazer pela primeira vez dados sobre a depressão no Brasil, doença psiquiátrica crônica que tem afetado grande parte da população do país, especialmente durante a pandemia. “A depressão é uma doença psiquiátrica muito séria. No entanto ela pode e deve ser tratada, quanto antes percebida, melhor”, comenta a psicóloga Daiane Daumichen.
O que os números apontam sobre a depressão no Brasil
De acordo com a pesquisa, aproximadamente 11,3% dos entrevistados foram diagnosticados com o problema. Esse total supera o número de pessoas com diabetes (9,1%). As mulheres representam 14,7 % dos casos contra 7,3 % dos homens.
Ainda segundo o levantamento da Vigitel, quase metade da população brasileira (48,2%) pratica menos atividade física do que o recomendado. Na contramão, 18,3% dos entrevistados disseram ter consumido doses de bebida alcoólica acima do recomendado no intervalo de um mês antes da pesquisa.
O impacto da pandemia
O medo, a incerteza, a crise e o isolamento social tiveram um grande impacto na saúde mental da população brasileira. Além de que a pandemia trouxe à tona muitos sentimentos renegados ou nunca sentidos antes. “Muita gente está sofrendo graves efeitos por conta da pandemia. Não ter como projetar um ‘futuro’ traz muita ansiedade e depressão na maioria das pessoas”, explica a psicóloga.
Como encarar e vencer a depressão
A especialista afirma que neste momento de angústia é importante viver um dia de cada vez, para que seja possível vislumbrar os próximos passos. “Conhecer seus limites e anseios é fundamental para preservar a saúde mental e passar por esse momento da melhor forma possível”, orienta.
Ela ressalta ainda a importância de todos ficarmos atentos a quaisquer mudanças repentinas de humor e comportamento dos familiares, amigos e conhecidos. A próxima etapa é imprescindível: pedir ajuda a profissionais especializados que poderão orientar o paciente em direção à recuperação.
Fontes: Ministério da Saúde e psicóloga Daiane Daumichen.