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Estudo mostra que até as menores pedras nos rins devem ser retiradas

O assunto repercutiu após o ator Alexandre Nero ter crise renal. Entenda a importância de retirar as pedras nos rins

Estudo mostra que até as menores pedras nos rins devem ser retiradas
Estudo mostra que até as menores pedras nos rins devem ser retiradas - Foto: Reprodução Instagram (@alexandrenero)

Recentemente, Alexandre Nero precisou se afastar das gravações de “Travessia”, novela da Rede Globo, por conta de uma forte crise renal. Através do Twitter, o ator revelou que já voltou ao trabalho, e aproveitou para detalhar o desconforto. “Morri, mas passo bem. Foi só a pior dor que já senti na vida, mas já estou gravando de novo. Sou vaso ruim”, escreveu. Não se sabe se o caso de Nero tem a ver com a presença de cálculos renais – as temidas pedras nos rins. Ainda assim, o assunto passou a repercutir, gerando algumas dúvidas.

Quando os cirurgiões removem os cálculos renais (as famosas pedras nos rins) dos pacientes, eles normalmente deixam para trás pequenas pedras que parecem não estar causando problemas. No entanto, um estudo controlado randomizado, publicado no New England Journal of Medicine, mostrou que deixar esses cálculos assintomáticos para trás aumenta significativamente o risco de recaída de um paciente nos cinco anos seguintes.

“Geralmente, cálculos com menos de 6mm de diâmetro que não são o alvo primário de um procedimento não são removidos, mas monitorados. Isso porque os cálculos ‘secundários’ têm altas taxas de passagem bem-sucedida se se moverem para o ureter. Esse estudo mostrou que é importante também retirar essas pequenas pedras”, explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

Antes da descoberta, as opiniões clínicas eram bastante confusas sobre se algumas dessas pedras deveriam receber tratamento ou não. A maioria dos médicos decidiriam com base no tamanho da pedra, se ela atingiu a barra para o tratamento e, se não, muitas vezes ignorariam as pequenas pedras, relata a Dra. Caroline. Porém, é esperado que isso mude a partir de agora.

O estudo

Os pesquisadores estudaram os 75 pacientes que receberam tratamento em várias instituições durante um período de 2015 a 2021. Cerca de metade dos pacientes teve apenas seu cálculo primário grande tratado, enquanto os outros tiveram cálculos primários e secundários removidos. 

“A recidiva foi definida como a necessidade de ir ao pronto-socorro ou realizar um procedimento adicional devido a uma recorrência ou se uma tomografia computadorizada de acompanhamento mostrasse que os cálculos secundários cresceram. A remoção dos cálculos secundários reduziu a taxa de recidiva em 82%, descobriram os pesquisadores, levando os autores a recomendar que os cálculos menores não devem ficar para trás”, diz a médica nefrologista.

Os resultados do estudo apoiam a ideia da remoção de pequenos cálculos renais assintomáticos no momento da cirurgia de um cálculo maior. Entretanto, os cientistas não entraram no mérito da indicação do procedimento em casos apenas de pequenas pedras. “Apesar dos resultados, mais estudos são necessários para determinar se o tratamento apenas de pequenas pedras é justificado, à medida que a tecnologia melhora e os custos e riscos da intervenção diminuem”, acrescenta a médica. 

Os autores observaram que, embora a remoção de cálculos menores possa aumentar a duração e o custo do procedimento, esses custos provavelmente seriam menores do que os associados à repetição do procedimento ou à visita ao pronto-socorro do paciente. “Alguns pacientes do estudo visitaram o departamento de emergência várias vezes e, em seguida, precisaram de cirurgia, segundo o relatório”, explica a especialista. 

“De qualquer forma, o estudo nos mostra que a remoção dos pequenos cálculos assintomáticos é benéfica quando viável e em pacientes que são candidatos a ter todos os cálculos tratados em um procedimento. Deixar as pedras para trás pode causar problemas no futuro”, afirma a nefrologista.

Tratamentos para pedras nos rins

A médica nefrologista enfatiza que atualmente existem várias opções de tratamento para quem sofre com cálculos renais, como:

  • Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO): quebra as pedras por ondas de choque aplicadas sobre a pele;
  • Ureterolitotripsia: as ondas de choque se aplicam diretamente no cálculo através de um endoscópio (um tipo de cateter com uma câmera na ponta) inserido pelo orifício da uretra até o ureter;
  • Nefrolitotripsia percutânea: pequena cirurgia realizada através de um corte de 1 cm na pele da região lombar e introdução de um endoscópio para localizar o cálculo. O médico responsável quebra a pedra e retira os fragmentos com auxílio de pinças.
  • Cirurgia aberta: pouco comum nos dias de hoje, geralmente é feita nos cálculos coraliformes. Isto é, pedras de tamanho grande que se formam pela presença de alguns tipos de bactérias na urina.
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