Connect with us

O que você está procurando?

Diabetes

Cicatrização de feridas: tratamento adequado evita amputações

As terapias de tratamento de ferida aceleram a cicatrização
As terapias de tratamento de ferida aceleram a cicatrização

Na maior parte dos casos, as feridas estão relacionadas a complicações do diabetes, insuficiência vascular e infecções mal manejadas

No Brasil, milhares de pessoas convivem com feridas crônicas que, se não tratadas adequadamente, podem evoluir para amputações. E as estatística são duras! Entre janeiro de 2012 e maio de 2023, mais de 282 mil cirurgias foram realizadas na rede pública de saúde (SUS), segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), com base em dados do Ministério da Saúde.

Além disso, no período de 2012 a 2021, o número de brasileiros que sofreram amputação de pernas ou pés chegou a 245.811 – com uma média alarmante de 66 pacientes por dia, o que equivale a três procedimentos por hora.

Feridas que evoluem para amputações

A maioria das feridas está relacionada principalmente a complicações do diabetes, insuficiência vascular e infecções mal manejadas. O impacto, entretanto, vai além da saúde física: envolve perdas funcionais, sofrimento psicológico e custos expressivos para o sistema de saúde público e privado. Diante desse cenário, o avanço tecnológico no tratamento de feridas certamente representa uma verdadeira mudança de paradigma.

Os tipos de tratamentos

Técnicas modernas auxiliam no tratamento de feridas com resultados expressivos
Técnicas modernas auxiliam no tratamento de feridas com resultados expressivos

Há opções cada vez mais modernas para o tratamento das feridas. Bianca Oliveira, médica especialista em tratamento de feridas crônicas e CEO da Cicatriclin, explica aquelas que trazem mais resultados positivos:

Terapia por pressão negativa TPN

As soluções como a terapia por pressão negativa (TPN), as matrizes regenerativas e a oxigenoterapia hiperbárica (OHB) têm se consolidado, por exemplo, como alternativas seguras e altamente eficazes, proporcionando melhores desfechos clínicos e, em muitos casos, evitando intervenções mutiladoras.

“A terapia por pressão negativa é hoje, de fato, uma das principais aliadas no manejo de feridas complexas. A técnica consiste em aplicar uma pressão subatmosférica contínua ou intermitente diretamente sobre a ferida, por meio de um curativo selado conectado a um dispositivo de vácuo. Essa pressão ajuda a remover o exsudato (secreção) e reduzir o edema local. Além disso, estimula a formação de tecido de granulação e melhorar a perfusão sanguínea na área afetada”, destaca Bianca.

A profissional afirma que diversos estudos demonstram que a TPN acelera significativamente o tempo de cicatrização. Com isso, é indicada em úlceras de pressão, feridas cirúrgicas complicadas, úlceras diabéticas e lesões traumáticas extensas. “Além disso, contribui para reduzir a carga bacteriana no leito da ferida, o que favorece a prevenção de infecções graves.”

Matriz regenerativa

Outro recurso inovador, cada vez mais adotado nos protocolos especializados, é a matriz regenerativa. Desenvolvida a partir de materiais biocompatíveis – como colágeno, elastina ou tecidos acelulares de origem humana ou animal –, essa matriz atua como um arcabouço temporário. Ou seja, promove a regeneração tecidual, facilitando o crescimento de novas células e vasos. “Seu uso é indicado especialmente em feridas profundas, com perda significativa de substância. Também em pacientes com fatores de risco que dificultam a cicatrização espontânea, como diabéticos, idosos ou pessoas com distúrbios vasculares”, afirma.

Oxigenoterapia hiperbárica

A técnica foi criada para o tratamento de mergulhadores com doença descompressiva, entretanto, ganhou espaço na medicina de feridas devido seus efeitos benéficos em tecidos isquêmicos. Realizada em câmaras pressurizadas, a OHB permite que o paciente inale oxigênio a 100% em uma pressão superior à atmosférica. Dessa forma, aumenta drasticamente a quantidade de oxigênio dissolvido no plasma. “Esse incremento melhora a oxigenação dos tecidos periféricos, estimula a angiogênese, potencializa a resposta imunológica local e combate a infecção”, ensina Bianca. Ela completa, afirmando que o avanço dessas tecnologias no Brasil ainda enfrenta muitos desafios. Entre eles, aqueles relacionados à capacitação de profissionais, padronização dos protocolos e acesso nos sistemas público e suplementar.

“No entanto, seu potencial para transformar a realidade de pacientes crônicos é inegável. Reduzir amputações evitáveis é uma questão de saúde pública, mas também um compromisso ético da medicina contemporânea com a preservação da qualidade de vida. Ao apostar na inovação, temos a oportunidade de ressignificar o cuidado com as feridas, promovendo autonomia, funcionalidade e dignidade para milhares de brasileiros.”

Advertisement

Você também vai gostar

Alimentação

Pacientes com diabetes precisam sempre estar alerta em relação ao índice glicêmico dos alimentos para controlar o açúcar no sangue

Saúde Bucal

Problema comum entre os brasileiros, dor de dente pode ser agravada por hábitos simples do dia a dia Uma pontada aguda ao tomar um...

Dor

Especialista alerta sobre as complicações e a importância de prevenir

Dor

As dores do período menstrual atingem muitas pessoas e podem ser contornadas por meio de práticas simples; confira quais são