O calor forte e a baixa umidade registrados desde o início da semana em praticamente todo o país devem permanecer firmes ao longo de toda a semana. Projeções do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que os índices de umidade relativa do ar devem oscilar entre 20% e 30% em cidades das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste.
Em São Paulo, o clima seco tem sido ainda mais castigante. De acordo com o Climatempo, a umidade relativa do ar tem variado de 10% a 15% em algumas localidades. Esse percentual está muito abaixo dos 20% considerados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um estado de alerta.
Além disso, a temperatura deve oscilar bastante nos próximos dias na capital paulista: de 33ºC na quarta para 13ºC no sábado (26). As mudanças bruscas de temperatura e a baixa umidade do ar chamam atenção para cuidados com a saúde, especialmente a respiratória.
Período de atenção com a saúde
“Com a redução da umidade, as membranas oculares, orais e nasais podem ficar desidratadas, facilitando a influência de elementos externos, como microrganismos e germes, ou mesmo substâncias poluentes resultantes de incêndios e queimadas. Algumas das principais doenças que podem se manifestar nessa situação são: rinite, sinusite, pneumonia e asma”, comenta a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Cláudia E. F. Bis Furlan.
Segundo a enfermeira, a preocupação é maior com as crianças e idosos. Pela fragilidade do organismo, existe uma chance maior de complicação e agravo do estado de saúde. Por isso, o cuidado precisa ser redobrado e, ao sinal de mal-estar ou falta de ar, deve-se buscar atendimento profissional na unidade de saúde próxima a sua residência.
De acordo com a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias, o frio, a poluição e alguns hábitos equivocados são fatores que nos tornam ainda mais vulneráveis.
“A falta de hidratação, o uso de indiscriminado de descongestionantes nasais, o tabagismo e até mesmo a prática de exercícios físicos, dependendo do horário e local, são aspectos agravantes e que jamais podem ser ignorados”, afirma.
Como cuidar da saúde durante o calor e tempo seco
Cláudia explica que, em dias muito quentes, é importante beber uma quantidade maior de água, garantindo a hidratação, usar roupas leves e manter uma alimentação equilibrada e leve, nos momentos mais quentes do dia.
Ela destaca ainda que a hidratação significa, além do volume de água a ser ingerido, a frequência de ingestão também. “Ou seja, é necessário estar a todo momento ingerindo um pouco de água, para que não se sinta sede. É fundamental elevar o consumo de líquidos, e outra sugestão envolve limpar as narinas com soro fisiológico e preservar a hidratação da pele por meio do uso de loções hidratantes”, orienta.
“O ideal é beber, em média, oito copos de água ao longo do dia, principalmente nos intervalos de exercícios físicos ou quando se faz o uso da voz com muita intensidade, como é o caso de professores, radialistas e outros profissionais que dependem da comunicação oral”, enfatiza Dra. Cristiane.
Dicas para lidar com o período
As especialistas dão alguns conselhos para lidar com o calor e o clima seco da melhor maneira. Confira:
- Tome bastante água para manter as mucosas das vias aéreas hidratadas. O ideal é beber oito copos ao longo do dia (1,6 litro). Beba também suco natural e água de côco;
- Faça refeições leves com legumes, verduras, consuma frutas nos intervalos das refeições;
- Evite os descongestionantes nasais, sobretudo sem indicação médica. Isso porque eles ressecam as mucosas nasais e potencializam irritações;
- Evite fumar, pois a fumaça do cigarro provoca reações alérgicas, além de irritação das mucosas;
- Soro fisiológico ajuda na hidratação das vias áreas. Por isso, pingue algumas gotas no nariz para melhorar sua respiração;
- Escolha horários de temperatura mais amena (início da manhã ou final de tarde) para realizar suas atividades físicas;
- Mantenha a casa sempre arejada e tenha atenção redobrada com a limpeza de itens que possam acumular poeira, por conta dos ácaros;
- Evite aglomerações e a permanência prolongada em ambientes fechados ou com ar-condicionado, pois o ressecamento das mucosas aumenta o risco de convivência oportunista das vias aéreas;
- Para elevar o nível de umidade dentro de casa, use toalhas molhadas, recipientes com água ou vaporizadores, principalmente nos dormitórios.