As varizes são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem devido a um defeito nas suas válvulas. Estas, por sua vez, são responsáveis em fazer o sangue retornar em direção ao coração. Porém, quando as válvulas não funcionam adequadamente, ocorre um acúmulo de sangue no interior das veias, causando sua dilatação e, consequentemente, desenvolvimento das varizes. Quem explica é a Dra. Camila Helena, cirurgiã vascular e angiologista da Venous.
“Alguns fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento das varizes incluem predisposição genética, idade avançada, gravidez, obesidade, sedentarismo, ficar em pé ou sentado por longos períodos e uso de contraceptivos hormonais, por exemplo”, alerta a especialista.
Como funciona a escleroterapia com espuma?
Dentre as diferentes formas de tratar as varizes, está a escleroterapia com espuma. O procedimento é minimamente invasivo e também pode tratar veias safenas doentes. A terapia é feita através da injeção de uma substância chamada polidocanol, que ao ser misturada com o ar, forma uma espuma. No interior da veia, essa substância é capaz de produzir uma reação inflamatória, responsável pelo seu fechamento.
“O diferencial dessa técnica é que ela pode ser realizada no consultório, sem a necessidade de anestesia ou repouso. Após o procedimento, o paciente coloca uma meia elástica e já pode realizar suas atividades. Por isso, a espuma é uma técnica muito indicada para pacientes com alto risco para cirurgias, como em pacientes mais idosos e com comorbidades”, afirma a Dra. Camila.
Há alguma contraindicação?
Existem contraindicações absolutas e outras que precisam de avaliação de acordo com a
individualidade de cada paciente. No entanto, segundo a médica, algumas contraindicações comuns incluem:
- Alergia a algum componente da espuma esclerosante;
- Trombose venosa profunda (TVP) ou tromboembolismo pulmonar (TEP) recente;
- Doença arterial obstrutiva periférica grave;
- Infecção no local de tratamento;
- Imobilidade.
Outras formas de tratar as varizes
Existem vários tratamentos disponíveis para varizes e vasinhos, isto é, dependendo da gravidade e localização do problema, aponta Camila. Além da escleroterapia, a profissional aponta:
- Ablação a laser ou radiofrequência: esses procedimentos utilizam energia laser ou de radiofrequência para cauterizar as veias doentes. São eficazes para varizes maiores e veias safenas e substituem os cortes da cirurgia por punções com agulha.
- Cirurgia de remoção (flebectomia e stripping): usada varizes maiores e veias safenas. O cirurgião faz incisões na pele para remover as veias afetadas.
“A escolha do tratamento depende da avaliação de um médico especializado em cirurgia vascular. Isso porque ele levará em consideração a extensão das varizes, a saúde geral do paciente e outros fatores. Portanto, é importante procurar orientação médica para determinar o tratamento certo para cada caso”, destaca a cirurgiã vascular.
Doença venosa
É muito importante ressaltar que, apesar de pequenos, ou mesmo se ainda não causem sintomas, eles já são a fase inicial da evolução da doença venosa, alerta a médica.
“Em até 50% das vezes, aqueles vasinhos que são vistos como estéticos se associam a uma doença da veia safena. Por isso, é muito importante uma avaliação completa por um especialista em angiologia e cirurgia vascular, para detectar a causa das varizes e escolher o tratamento mais eficaz”, afirma a profissional.
Além disso, vale destacar que o resultado de qualquer tratamento é otimizado quando realizado nas fases mais precoces da doença.