Claudia Raia surpreendeu os seguidores das redes sociais nesta segunda-feira, 19, ao anunciar que está grávida de seu marido, Jarbas Homem de Mello. Este vai ser o primeiro filho do casal e o terceiro da atriz, que está com 55 anos de idade.
Nos Stories do Instagram, Claudia relatou que não estava planejando engravidar, por isso, levou um susto quando sua médica pediu um exame de sangue que detecta se a mulher está ou não grávida – o beta HCG.
Mesmo antes do resultado do exame, ela fez um teste de farmácia, que apontou uma gravidez de três semanas. A atriz revelou que na hora não acreditou no resultado. “Tá errado, não pode ser. Gente, eu tenho 55 anos”, disse Raia.
Fertilização in Vitro
A Dra Carla Iaconelli, médica ginecologista especialista em reprodução humana, explica que a gravidez de Claudia Raia é um evento muito raro. Isso porque, já a partir dos 45 anos, a probabilidade de uma mulher engravidar com fertilização in vitro (FIV) raramente chega a 1% de sucesso. Acima dos 55 anos, então, “é um fenômeno da natureza”, como aponta a especialista.
O caso de Raia é ainda mais especial. A atriz congelou seus óvulos há cinco anos, quando já se planejava para ser mãe novamente. No entanto, a reação de surpresa que ela demonstrou nas redes sociais mostra que a gestação provavelmente aconteceu de forma natural.
A ginecologista expõe que são raros os relatos de mulheres que engravidaram após os 50 anos, principalmente de forma natural, mas isso pode acontecer. No caso da ovodoação, uma das técnicas de reprodução humana assistida mais empregadas, mulheres com mais de 55 anos já não possuem óvulos viáveis para a fertilização in vitro. Isso faz da gestação da atriz um evento realmente especial.
O especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, Dr. Rodrigo Rosa, explica que a ovodoação aumenta para cerca de 60% de sucesso de fertilização, mesmo em mulheres que já apresentam uma idade mais avançada, com mais de 40 anos. Um pequeno número de gestações pode ser interrompido por abortos, por isso é fundamental adotar cuidados obstétricos para evitar complicações.
“Aqui os hábitos de vida dizem muito. Checar os níveis de Vitamina D também precisa ser feito, uma vez que a própria atuação da vitamina D no sistema imunológico também pode ter impacto na concepção. Níveis baixos podem resultar em rejeição da implantação do embrião pela gestante, tanto na fertilização in vitro ou na gravidez espontânea”, esclarece o médico.
Quais os riscos da gravidez tardia?
Conforme a especialista, os riscos de uma gestação nessa idade estão relacionados a síndromes obstétricas. Os principais episódios que podem ocorrer são eclâmpsia, diabete gestacional, descolamento de placenta, acretismo placentário (que é quando a placenta invade o útero) e prematuridade. “São todas as complicações que vão aumentando com a idade materna”, completa.
Além disso, após os 40 anos de idade, aumenta o risco de anomalias cromossômicas no feto, o que também pode aumentar o risco de aborto, explica a Dra. Carla. “A diabetes gestacional, inclusive, tem risco para o bebê, pois pode causar alterações cardíacas ou sobrepeso”, esclarece.
Existe idade máxima para engravidar?
O Conselho Federal de Medicina diz que a idade máxima para engravidar seria 50 anos. No entanto, de acordo com a saúde e o que for combinado entre médico e paciente, a mulher pode engravidar com mais de 50 anos. Isso vai ser uma decisão médica, como explica a ginecologista.
“Pra vocês terem uma ideia, nos livros de medicina, descreve-se gestante idosa ou gestação tardia mulheres com mais de 35 anos. Mas a gente sabe que a população, ainda mais nos grandes centros urbanos, está caminhando para isso. As mulheres estão deixando para engravidar mais tarde”, expõe.
A médica aponta que a população de gestantes com mais de 40 anos está aumentando nos últimos anos. “Nós obstetras temos que nos atualizar e se preparar para atender essas gestantes, que vão com certeza apresentar maior complicação. Da mesma forma, elas também têm que se preparar para uma gravidez”, finaliza.