Estamos chegando na reta final do ano, o que significa que logo chega o período de férias escolares e o recesso do trabalho. Ou seja, a época ideal para viajar, principalmente quando pensamos no calor que está previsto para as próximas semanas. E para quem pensa em pegar a estrada ou voar longas distâncias, é importante não se esquecer da saúde vascular, pois o risco de doenças como a trombose aumenta.
De acordo com a Dra. Camila Helena, cirurgiã vascular e angiologista da Venous, ficar sentado por longos períodos pode aumentar o risco de problemas vasculares, como a trombose venosa profunda.
“Portanto, viagens de longa distância, seja por via aérea ou terrestre, conferem um risco aumentado de trombose, sendo que taxas são mais altas naqueles que viajam por períodos prolongados (por exemplo, mais de 4 horas) e o seu surgimento é mais comum nas primeiras duas semanas após a viagem”, alerta a especialista.
Segundo ela, a causa ainda não é muito clara. Porém, a imobilidade de permanecer longas horas na mesma posição leva a um quadro de estase venosa (estagnação do sangue dentro da veia). Isso somado a níveis elevados ou ativação dos fatores de coagulação, o risco de sofrer uma trombose venosa aumenta.
Camila aponta os primeiros sinais de problemas vasculares nas pernas. Confira:
- Inchaço;
- Dor;
- Sensação de peso;
- Formigamento;
- Mudanças na coloração da pele.
“Se você observar esses sintomas, é importante consultar um profissional de saúde para avaliação e diagnóstico adequados”, destaca.
Como prevenir problemas vasculares em viagens longas
Para evitar o surgimento de uma trombose ou problemas semelhantes, a médica recomenda fazer pausas a cada duas horas durante as viagens de carro. Este momento serve para alongar as pernas, caminhar um pouco e estimular a circulação. “Além disso, manter-se hidratado e usar roupas confortáveis pode ajudar”, afirma.
Em voos longos, a prevenção de trombose é crucial. “Levante-se e movimente-se pelo avião sempre que possível. Realize exercícios simples, como flexionar e estender os pés e fazer movimentos circulares com os tornozelos”, orienta a angiologista.
Também nesse caso é fundamental se manter bem hidratado, evitar álcool e remédios para dormir e usar meias de compressão graduada, se recomendado pelo médico. “Essas medidas auxiliam na circulação sanguínea e reduzem o risco de trombose venosa profunda”, diz a médica.
Fatores de risco aumentam incidência do problema
Camila ressalta que a maioria dos indivíduos com trombose associada a viagens longas apresenta um ou mais fatores de risco para a doença. Entre esses fatores, a profissional inclui: cirurgia recente, história prévia de trombose venosa, câncer, gravidez, idade avançada, uso de estrogênio contido nos contraceptivos orais ou terapia de reposição hormonal, obesidade e trombofilia.
“Por isso, se você possui algum desses fatores de risco e planeja realizar uma viagem longa neste final de ano, é importante procurar um cirurgião vascular para orientar as principais medidas para evitar a trombose venosa, sendo que em alguns casos pode até ser indicado o uso de medicamentos para evitar a trombose”, afirma.
Segundo ela, se após a viagem perceber que a dor e inchaço não regridem, é preciso procurar imediatamente o pronto socorro para o diagnóstico e tratamento precoce da trombose. Isso pois essa é a única medida que pode evitar a sua progressão e complicação fatal, que é a embolia pulmonar.