A menopausa é uma fase inevitável e repleta de mudanças. Isso porque, geralmente entre os 45 e 55 anos, as mulheres passam a ter um declínio dos hormônios reprodutivos, como o estrogênio e a progesterona. As consequências dessa diminuição são muitas, e impactam especialmente o bem-estar sexual.
“Com a falência dos hormônios, e em especial o estrogênio, o organismo sofre um baita impacto, tudo se transforma. É um redemoinho de sensações, labilidade emocional, falta de memória, ganho de peso, perda de massa magra, osteoporose, entre outros”, aponta a Dra. Cristina Nobile, fisioterapeuta pélvica.
Dores durante a relação sexual
Segundo ela, é neste período que surgem com maior frequência as síndromes urogenitais. Elas, aliás, são as responsáveis por provocar dor na relação sexual e desconforto urinário. Além disso, com a queda do estrogênio pode ocorrer:
- Afinamento do tecido vaginal e uretral;
- Perda da elasticidade;
- Diminuição da lubrificação;
- Queimação;
- Irritação e ardência.
O impacto mais perceptível da menopausa se dá no sexo. “A relação sexual torna-se desconfortável, e o que era prazeroso passa a ser momento de dor e desconforto. Não existe lubrificação, parece que a vagina encolheu. Além disso, a penetração, quando acontece, é com muito atrito, muito sofrimento”, aponta a profissional.
Algumas mulheres, que estão com a frequência sexual diminuída ou nula, acabam se deparando com essa situação na hora de realizar o exame ginecológico preventivo. “A dificuldade ou a impossibilidade de realizar o exame, faz com que elas tomem conhecimento da atrofia vaginal”, diz Cristina.
Benefícios da fisioterapia pélvica
A fisioterapeuta conta que muitas pacientes chegam em seu consultório com queixas de dor na relação, impossibilitadas de realizar os exames ginecológicos preventivos, aflitas e sem entender o que está acontecendo. “Não tinham conhecimento que isso poderia acontecer”, afirma a especialista.
“O tratamento que proponho baseia-se em orientações, exercícios, manipulação pélvica, eletroestimulação, conscientização e coordenação corporal e pélvica. Meu objetivo é devolver funcionalidade, e mais do que isso, devolver autonomia, para que ela possa vivenciar sua sexualidade sem medo, que consiga realizar seus exames para a prevenção da sua saúde, e o mais importante, sem dor ou sofrimento”, explica.
Para a profissional, tão importante quanto ir ao médico ginecologista aos primeiros sintomas da menopausa, também se faz necessário passar por uma avaliação fisioterapêutica. O objetivo, afinal, é prevenir ou tratar tais queixas, além de avaliar como está a musculatura de assoalho pélvico no que diz respeito a força, tônus e resistência para a prevenção das incontinências e prolapsos (queda dos órgãos pélvicos).
“Menopausa não é fim de linha, é o início de uma nova jornada, que será fantástica se vivenciada com autonomia, maturidade, consciência, prazer e sexo! Existe tratamento, dor na relação tem cura”, enfatiza a fisioterapeuta.