O Ozempic se tornou um medicamento extremamente popular graças ao seu uso para controle e perda de peso. Especialmente mulheres utilizam o remédio, o que despertou curiosidade sobre os possíveis impactos na fertilidade.
De acordo com Roberto de Azevedo Antunes, diretor médico da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana, o uso de agonistas do GLP-1 como o Ozempic está associado a melhora das taxas de gravidez natural e regularidade menstrual em pacientes obesas com síndrome de ovários policísticos.
“Acredita-se que esse efeito se dá pela perda de peso proporcionada pelo uso da droga e não pela droga em si. Dessa forma, ele segue sendo considerado uma medicação voltada para a perda de peso e não para melhora específica da fertilidade”, destaca o especialista.
Além disso, os agonistas de GLP-1 não parecem interferir negativamente com a saúde reprodutiva. No entanto, a recomendação é a de interromper o uso de qualquer agonista de GLP-1 no momento em que se descobre uma gestação.
“Existem estudos com descrição de teratogenicidade em animais. Já em humanos, não há descrição sobre efeitos teratogênicos nos fetos. No momento existe um ensaio clínico randomizado em curso, com previsão de término em 2032, que está avaliando se há mesmo risco de malformações congênitas em fetos de pacientes expostas aos agonistas de GLP-1 durante a sua gravidez”, explica o médico.
