A cantora Adele revelou recentemente aos fãs que, antes de subir ao palco para uma de suas apresentações, ela teria desmaiado por conta de uma forte dor na coluna. Segundo a artista, uma pessoa de sua equipe de produção a encontrou no chão. “Eles precisaram levantar todo o meu corpo do chão, vou sentar e descansar o meu ciático”, contou.
O médico ortopedista e especialista em dor, Dr. Luiz Felipe Carvalho, afirma que a dor é um processo natural e necessário para os seres vivos. “Ela é responsável por disparar um alerta ao organismo de que algo está lesionando o corpo. No entanto, ela ainda é alvo de diversas dúvidas e mitos”, explica.
Apesar disso, não é normal desmaiar de dor. Segundo o Dr. Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna do Hospital Albert Einstein, para isso acontecer, é preciso de uma junção de vários estímulos simultaneamente como: dor muita intensa, calor, predisposição genética e estresse.
Por que sentimos dor?
Conforme Luiz Felipe, quando nossos tecidos são lesionados, os receptores de dor presentes no nosso organismo detectam o estímulo e enviam sinais até a medula espinhal que os direciona ao cérebro. Lá, o córtex somatossensorial interpreta e sinaliza o desconforto, o que desencadeia uma série de outros processos.
“A dor, ao contrário do que se pensa, não é um processo totalmente físico ou químico. Isso porque muito dela vem de aspectos psicológicos e emocionais. Por isso, a dor não é igual para todos, a sua percepção pode variar bastante entre indivíduos e tratamentos também devem considerar o âmbito mental”, afirma o médico.
Dor no ciático
Adele precisou descansar o ciático, o que indica que o desconforto atingiu em cheio essa região. De acordo com o Dr. Luciano Miller, dor do nervo ciático geralmente é causada por uma compressão no seu trajeto. “A causa mais comum de compressão são as hérnias de disco, mas não podemos esquecer os tumores ou compressões pelo músculo piriforme. A dor geralmente irradia para o membro inferior, na trajetória do nervo”, explica.
Tratamento
Luiz destaca que a dor é um processo natural e importante para a autopercepção corporal. Por isso, estratégias de tratamento devem ser analisadas caso a caso para oferecer uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Segundo Luciano, os tratamentos para problemas do tipo se dividem em dois grandes grupos:
- O primeiro, mais conservador, inclui fisioterapia, acupuntura e medicações.
- O segundo é cirúrgico, onde temos as infiltrações que são injeções de medicação no trajeto do nervo e que agem diminuindo a inflamação nesse nervo.
‘Nos casos de grandes compressões ou falha do tratamento conservador e infiltrações realizamos a descompressão do nervo. O mais comum seria a retirada do fragmento de disco que comprime o nervo”, acrescenta o médico.
Exercícios físicos também podem ajudar a evitar doenças ortopédicas. O vídeo abaixo contém mais informações: