A amamentação é um processo muito importante tanto para a mãe quanto para o bebê. Isso porque, além de garantir ao recém-nascido os nutrientes necessários nos primeiros meses de vida, amamentar também traz excelentes benefícios para a saúde materna. No entanto, dar o peito não é uma tarefa simples, e pode trazer inúmeros desafios.
“A amamentação pode apresentar desafios e pode levar tempo para que mãe e bebê se ajustem ao processo. Não é incomum que leve algumas semanas para se estabelecer. Além disso, algumas mães podem precisar de mais tempo e suporte para se sentir confiantes e confortáveis”, afirma a ginecologista e obstetra Dra. Carolina Curci. Ela aponta os principais benefícios da amamentação para a mãe e para o recém-nascido:
Benefícios para o bebê
- Nutrição adequada: O leite materno é a fonte de nutrição mais completa para o bebê. É rico em nutrientes essenciais para o desenvolvimento saudável do bebê, como proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais.
- Proteção contra doenças: O leite materno contém anticorpos que ajudam a proteger o bebê contra uma série de doenças e infecções, como pneumonia, diarreia e infecções de ouvido. Além disso, o aleitamento materno está associado a um menor risco de morte súbita infantil.
- Desenvolvimento cerebral: O leite materno contém gorduras e outros nutrientes que são importantes para o desenvolvimento do cérebro do bebê.
- Digestão mais fácil: O leite materno é mais fácil de digerir do que o leite artificial, o que pode ajudar a prevenir problemas de saúde como a constipação.
- Vínculo emocional: Amamentar cria um forte vínculo emocional entre a mãe e o bebê, que pode ter um impacto positivo no desenvolvimento emocional do bebê.
Benefícios para a mãe
- Recuperação pós-parto: O ato de amamentar pode ajudar o útero a se contrair e a voltar ao seu tamanho normal mais rapidamente, o que pode ajudar na recuperação pós-parto.
- Redução do risco de câncer de mama e ovário: Estudos mostram que as mulheres que amamentam têm um risco reduzido de desenvolver câncer de mama e ovário.
- Perda de peso: Amamentar pode ajudar na perda de peso após o parto, pois o corpo da mãe usa calorias extras para produzir leite.
- Economia financeira: Amamentar é mais econômico do que comprar leite artificial.
- Praticidade: O leite materno está sempre disponível e na temperatura certa, o que pode ser mais conveniente para as mães do que ter que preparar mamadeiras.
“Em resumo, amamentar oferece uma série de benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe. É importante lembrar que cada mãe e bebê são diferentes, e que nem todas as mulheres são capazes de amamentar. Por isso, é importante conversar com um profissional de saúde para entender melhor as opções disponíveis e tomar a melhor decisão para você e seu bebê”, destaca a especialista.
Desafios da amamentação
A médica lembra que existem vários fatores que podem impedir uma mulher de amamentar, tais como:
- Problemas de saúde: Algumas condições de saúde, como HIV, herpes, hepatite B e C, por exemplo, podem impedir a amamentação ou exigir precauções especiais. Algumas mulheres também podem ter outras condições médicas que dificultam a amamentação, como problemas hormonais, câncer de mama, cirurgias de mama, entre outras.
- Medicamentos: Alguns medicamentos podem passar para o leite materno e prejudicar o bebê, por isso, é importante sempre consultar um médico antes de tomar qualquer medicamento enquanto amamenta.
- Dificuldades físicas: Algumas mulheres podem ter dificuldades físicas que tornam a amamentação difícil ou impossível, como mamilos planos ou invertidos, mastite, entre outras.
- Dificuldades emocionais: Algumas mulheres podem ter dificuldades emocionais que interferem na amamentação, como depressão pós-parto, ansiedade, estresse, entre outras.
- Necessidade de voltar ao trabalho: Algumas mulheres podem ter que voltar ao trabalho logo após o parto e ter dificuldade em encontrar tempo e espaço adequados para amamentar ou extrair leite.
- Falta de apoio: Algumas mulheres podem não ter o apoio necessário para amamentar, seja por falta de informação, falta de suporte do parceiro ou familiares, ou por pressão social para não amamentar.
“É importante lembrar que cada mulher e bebê são únicos, e que nem todas as mulheres são capazes de amamentar. Por isso, se você estiver enfrentando dificuldades com a amamentação, é importante buscar ajuda de um profissional de saúde ou de um grupo de apoio à amamentação para obter orientações e suporte adequados”, indica a profissional.
Como adaptar a mãe e o bebê à amamentação?
A amamentação pode ser um processo desafiador no início, tanto para a mãe quanto para o bebê, mas existem alguns truques que podem ajudar a tornar esse momento mais confortável e tranquilo. A Dra. Carolina dá algumas dicas que podem auxiliar nesse processo. Confira:
Para a mãe:
- Busque informação e apoio: Antes de começar a amamentar, é importante buscar informações sobre a amamentação e procurar ajuda de um profissional de saúde ou de um grupo de apoio. Isso porque essas fontes podem fornecer dicas práticas e esclarecer dúvidas sobre o processo.
- Esteja confortável: Certifique-se de estar sentada em uma cadeira confortável e com apoio para as costas. Além disso, é importante escolher uma posição que seja confortável para você e para o bebê.
- Ofereça o peito com frequência: Ofereça o peito com frequência, a cada vez que o bebê estiver com fome ou tiver sinais de que quer mamar, como fazer movimentos de sucção ou colocar as mãos na boca.
- Tenha paciência: Lembre-se de que a amamentação pode levar tempo para ser estabelecida e que pode haver algumas dificuldades no início. Tenha paciência e busque apoio quando necessário.
Para o bebê:
- Coloque o bebê em posição confortável: Certifique-se de que o bebê esteja em uma posição confortável, com a cabeça alinhada com o corpo.
- Certifique-se de que o bebê esteja abocanhando corretamente: Verifique se o bebê está abocanhando o peito corretamente, com a boca aberta e o lábio inferior virado para fora. Isso ajuda a garantir uma boa sucção.
- Deixe o bebê mamar pelo tempo necessário: Permita que o bebê mame pelo tempo que for necessário, mesmo que isso leve mais tempo no início.
- Observe os sinais de fome: Observe os sinais de fome do bebê e ofereça o peito sempre que ele demonstrar esses sinais.
“Em resumo, para se acostumar com a amamentação, a mãe deve buscar informações e apoio, estar confortável, oferecer o peito com frequência e ter paciência. Já para fazer o bebê se adaptar, é importante colocá-lo em uma posição confortável, certificar-se de que está abocanhando corretamente, deixar o bebê mamar pelo tempo necessário e observar os sinais de fome”, recomenda a obstetra.
Como perceber que há algo errado ao amamentar?
Alguns sinais podem indicar que há algo errado no processo da amamentação. A médica indica os principais:
- Dor ao amamentar: Se a mãe sentir dor ao amamentar, pode ser um sinal de que o bebê não está abocanhando corretamente, ou que há algum problema no seio.
- Ingurgitamento mamário: Quando a mama fica muito cheia de leite, pode ocorrer ingurgitamento mamário, o que pode dificultar a amamentação.
- Rachaduras nos mamilos: Rachaduras nos mamilos podem ocorrer quando o bebê não está abocanhando corretamente ou quando a mãe tem mamilos planos ou invertidos.
- Baixo ganho de peso do bebê: Se o bebê não estiver ganhando peso adequadamente, pode ser um sinal de que não está recebendo leite suficiente.
- Choro excessivo: Se o bebê chorar excessivamente após a amamentação, pode ser um sinal de que não está recebendo leite suficiente ou que está tendo dificuldade em digerir o leite.
A médica dá algumas dicas que podem ajudar:
- Buscar ajuda de um profissional de saúde ou de um grupo de apoio à amamentação.
- Certificar-se de que o bebê está abocanhando corretamente e sugando efetivamente.
- Oferecer o peito com mais frequência ou durante períodos mais longos para estimular a produção de leite.
- Alternar os seios a cada amamentação para garantir que o bebê esteja recebendo leite de ambos os seios.
- Utilizar compressas quentes ou massagem para aliviar o ingurgitamento mamário.
- Utilizar pomadas ou géis para ajudar a cicatrizar as rachaduras nos mamilos.
- Tomar medidas para reduzir o estresse, pois o estresse pode afetar a produção de leite.
“É importante lembrar que cada situação é única e que pode ser necessário experimentar várias estratégias antes de encontrar a solução que funciona melhor para você e para o seu bebê. Se você estiver enfrentando problemas com a amamentação, não hesite em buscar ajuda de um profissional de saúde ou de um grupo de apoio à amamentação”, destaca Carolina.
Aliados da amamentação
A obstetra lembra que hoje há alguns dispositivos disponíveis para ajudar a mãe e o bebê durante o processo de amamentação. É o caso das pomadas, bombas tira-leite, almofadas de amamentação, conchas de amamentação, entre outros. Esses aliados podem ser úteis em várias situações, como:
Pomadas para os mamilos: Pomadas que contêm lanolina ou outros ingredientes hidratantes podem ajudar a prevenir e tratar rachaduras nos mamilos, que são um problema comum para algumas mães durante a amamentação.
Bombas tira-leite: Bombas tira-leite podem ajudar a extrair leite materno para armazenamento ou para oferecer ao bebê em momentos em que a mãe não pode estar presente para amamentar. Elas também podem ajudar a aliviar o ingurgitamento mamário e a estimular a produção de leite.
Almofadas de amamentação: Almofadas de amamentação podem ajudar a aliviar a pressão sobre os seios e a proporcionar conforto durante a amamentação. Elas também podem ajudar a posicionar o bebê corretamente para uma melhor alimentação.
Conchas de amamentação: Conchas de amamentação são dispositivos que são colocados dentro do sutiã para ajudar a proteger os mamilos sensíveis e para coletar o leite que vaza dos seios.
“Esses aliados podem ser úteis em várias situações e podem ajudar a tornar a amamentação mais confortável e mais fácil. No entanto, é importante lembrar que eles não são essenciais para a amamentação bem-sucedida. Cada mãe e bebê são únicos, então o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante buscar orientação de um profissional de saúde ou de um grupo de apoio à amamentação para determinar quais aliados podem ser mais adequados para você e para o seu bebê”, reforça a médica.
Outras fontes de nutrição
A ginecologista lembra que a amamentação não é a única opção de alimentação para o bebê. “Se a amamentação não estiver funcionando ou não for possível por qualquer motivo, existem outras opções de alimentação seguras e saudáveis. É o caso da alimentação com fórmula infantil, por exemplo. O importante é garantir que o bebê esteja recebendo nutrição adequada e que a mãe esteja cuidando de sua própria saúde e bem-estar”, finaliza.