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Câncer colorretal: estudo revela aumento de casos em jovens; entenda

Obesidade e consumo excessivo de álcool aumentam risco do câncer colorretal. Saiba como prevenir e descobrir doença precocemente

Câncer colorretal: estudo revela aumento de casos em jovens; entenda
Câncer colorretal: estudo revela aumento de casos em jovens; entenda - Foto: Shutterstock

No dia 27 de março, comemoramos o Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal, a terceira neoplasia mais comum no Brasil. A condição abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto, e ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou de intestino.

Um novo estudo, publicado pela American Cancer Society (ACS), mostrou que em 2023 cerca de 153 mil pessoas receberam o diagnóstico para câncer colorretal nos Estados Unidos. No Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 45.630 novos casos anuais (entre 2023 e 2025) da doença no país.

Cada vez mais frequente entre os jovens

Nos mais jovens, os riscos de desenvolvimento da doença também são um ponto de atenção. Isso porque dados da American Cancer Society (ACS) mostram que 13% dos pacientes com câncer colorretal possuem menos de 50 anos, representando um aumento de 9% desde 2020. No entanto, as chances do surgimento de pólipos (lesões benignas que crescem na parede interna do intestino) aumentam após essa faixa etária.

Há diversos fatores que colaboram para o surgimento do câncer colorretal nos mais jovens. Um estudo de 2022, publicado na Gastroenterology Journal, apontou os principais riscos: o aumento da taxa de obesidade em crianças e adultos, principalmente entre 20 e 30 anos, podendo dobrar as chances do câncer colorretal de início precoce, e o consumo excessivo de álcool — que tem aumentado principalmente entre adultos com 30 anos ou menos.

A pesquisa ainda indica que não é possível afirmar se ter nascido por cesariana, uso de antibióticos e certas exposições ambientais podem estar relacionadas ao risco de desenvolver câncer colorretal precocemente. Além disso, apesar da associação do consumo de bebidas açucaradas à doença, são necessários mais estudos para comprovar alterações.

Câncer colorretal

O câncer colorretal se desenvolve no intestino grosso: no cólon ou em sua porção final, o reto, explica a oncologista Renata D’Alpino, co-líder da especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas. O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, ele se origina a partir de pólipos na região que, se não identificados e tratados, podem sofrer alterações ao longo dos anos, podendo se tornar o câncer.

O câncer colorretal está em terceiro lugar no ranking dos tumores malignos mais frequentes, além de ser o que mais mata no Brasil, tanto para os homens, quanto para as mulheres. Além disso, o tumor de cólon representa 10% de todos os tipos de câncer, com 1,9 milhão de novos casos anuais e 935 mil mortes, segundo o levantamento Globocan, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Sintomas

Muitas vezes, o tumor só é descoberto tardiamente, alerta a médica oncologista. Ela aponta que são esses os sintomas mais severos:

  • Anemia;
  • Constipação;
  • Diarreia sem causas aparentes;
  • Fraqueza;
  • Gases;
  • Cólicas abdominais;
  • Emagrecimento.

“Apesar do sangue nas fezes ser um indício inicial de que algo não vai bem na saúde, muitas pessoas costumam creditar essa ocorrência a outras causas convencionais, como hemorróidas. Por isso, acabam postergando a busca por aconselhamento médico e a realização de exames específicos. Isso faz com que muitas pessoas só descubram o câncer em estágios avançados”, explica Renata.

“Grande parte dos tumores de intestino aparecem a partir dos chamados pólipos, mas que se não identificadas preventivamente podem evoluir e se tornarem malignas com o passar do tempo. Após os 50 anos de idade, a chance de apresentar pólipos aumenta, ficando entre 18% e 36%, o que consequentemente representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes da condição a partir dessa fase da vida e, por isso, ela é o critério para início do rastreio ativo”, complementa a médica.

Prevenção

Muitos tabus ainda cercam o rastreio preventivo do câncer colorretal. Isso contribui para a baixa adesão ao controle precoce da doença, mesmo entre pessoas que fazem parte do grupo com risco aumentado, adverte a médica.

A principal forma de diagnóstico e prevenção é através do exame de colonoscopia. Nele, um tubinho flexível com uma câmera na ponta é introduzido no intestino. O equipamento faz imagens que revelam se há presença de possíveis alterações, permitindo, inclusive, remoção de pólipos e biópsias de lesões suspeitas. 

“Esse procedimento é capaz de identificar problemas mais graves e silenciosos, como o caso do câncer, além da doença de Crohn e retocolite ulcerativa. Por isso, é fundamental que informações de qualidade sejam transmitidas à sociedade. O objetivo é conscientizar sobre a importância da colonoscopia e, principalmente, alertar que o exame pode salvar vidas”, comenta Renata.

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda iniciar o rastreio do câncer de cólon e reto da população adulta de risco habitual na faixa etária de 50 anos — mas muitos países já reduziram para 45 anos de idade.

Uma forma possível de também ampliar as chances de prevenção seria a indicação de pesquisa das fezes. Ela é feita por meio de testes imunoquímicos e testes de sangue oculto fecais em pessoas mais jovens e que não apresentam mudanças de saúde perceptíveis. De acordo com os resultados, havendo evidências suspeitos, a colonoscopia seria então necessária.

Tratamento do câncer colorretal

Felizmente, o câncer colorretal possui altas chances de cura na grande maioria dos casos. No entanto, é muito importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes através dos exames de rotina, pois isso aumenta o sucesso do tratamento.

É possível evitar esse tipo de tumor ainda na fase pré-cancerosa, ou seja, através da retirada dos pólipos intestinais por colonoscopia antes que eles se tornem tumores malignos.

Com o diagnóstico do câncer colorretal, existem dois tipos de tratamento para a doença, explica Renata. São eles:

  • Tratamentos locais (cirurgia, radioterapia, embolização e ablação): agem diretamente no tumor primário ou em metástases isoladas, sem afetar o restante do corpo. Portanto, podem ser indicados tanto nos casos iniciais quanto nas fases mais avançadas da doença.
  • Tratamentos sistêmicos (quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo): podem ser realizados por drogas orais (comprimidos) ou endovenosas (na veia), aplicando diretamente na corrente sanguínea. Também podem ser uma opção tanto nos casos precoces quanto graves da doença.
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