Cerca de 20% dos brasileiros têm desvio de septo, segundo dados da Academia Brasileira de Rinologia (ABR). Isso quer dizer que uma em cada cinco pessoas no país têm algum grau de desvio da estrutura que separa as duas narinas.
O septo nasal, aliás, é uma espécie de parede que separa a narina direita e a esquerda. Formado de cartilagem e osso, seu desvio pode estar relacionado ao desenvolvimento da criança ou a algum trauma ocorrido na fase adulta.
Causas e sintomas
O Dr. Leonardo Soares, médico otorrinolaringologista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ), explica que da fase infantil, até mais ou menos 16, 17 anos, o septo nasal pode sofrer variações e surgimentos de desvio.
“A partir daí, o septo já está formado e dificilmente a pessoa vai ter algum tipo de desvio, se até essa data ela ainda não havia apresentado”, afirma.
No entanto, qualquer trauma na região do nariz pode gerar desvio de septo, principalmente traumas frontais e de face, na maior parte das vezes.
“Isso porque o septo é preso na base do crânio pela crista galli e na espinha nasal anterior. Então, qualquer trauma frontal que afete essas regiões pode quebrar cartilagem e gerar desvio traumático”, explica o médico.
De acordo com a Dra. Renata Moura, o trauma na ponta do nariz e na lateral anterior são os mais propensos a quebrar ou desviar o septo. “Os principais sintomas são nariz entupido, respiração pela boca, nariz ressecado, voz anasalada e até diminuição do olfato”, diz a médica.
Quando o desvio de septo precisa de correção cirúrgica
Nem todo desvio de septo precisa de cirurgia, destaca o médico otorrinolaringologista do Alfa Instituto de Comunicação e Audição, Dr. Fernão Beviláqua. Na verdade, somente aqueles pacientes cujos sintomas impedem a respiração nasal necessitam de correção cirúrgica.
“Por exemplo, a pessoa que tem um desvio de septo nasal, mas às vezes o nariz está tampado, e às vezes não está. Não é esse desvio que está causando essa sensação, e sim as outras estruturas do nariz. Portanto, o desvio de septo só precisa de cirurgia se trouxer uma obstrução fixa. Ou seja, nariz tampado 100% do tempo”, explica.
Segundo o médico, a grande maioria dos pacientes, praticamente todos, não precisam operar, mas podem optar pela cirurgia. “Então, não é uma questão de necessidade, mas de possibilidade”, diz Fernão.
Conforme o otorrinolaringologista, a indicação de cirurgia para corrigir o desvio de septo tem que ser muito bem pensada e conversada entre médico e paciente.