Recentemente, duas pessoas morreram após extraírem o dente do siso. O terceiro molar, conhecido como “dente do juízo“, costuma nascer apenas na fase adulta, e fica localizado na mandíbula e no maxilar.
O primeiro caso foi de uma jovem de 23 anos que morreu em Leme (SP) vítima de uma infecção. Marina Mesquita Silva chegou a ficar internada por três dias após extrair o dente, mas não resistiu.
Em seguida, o professor de dança José Eliezio Oliveira Silva, de 50 anos, morreu em Fortaleza (CE) vítima de infecção generalizada. Ele veio a óbito uma semana após extrair o dente siso em um posto de saúde.
Em quais casos é necessário extrair o dente do siso?
Não é sempre que o dente do siso precisa de extração, explica a Dra. Gabriela Nicolellis, cirurgiã dentista e diretora da Clínica Gen. “Antigamente eles eram essenciais para a mastigação, hoje em dia com a mudança de hábito da população é um dente que tende a desaparecer com a evolução da espécie, por conta do desuso”, afirma.
Segundo a especialista, a extração do siso é indicada nos seguintes casos:
- Dor;
- Quando estão semi inclusos com risco de formação de cárie neles ou nos dentes adjacentes;
- Quando estão desalinhados fazendo com que machuquem a mucosa da bochecha durante a mastigação,;
- Quando há risco de prejudicar a oclusão dental;
- Quando há reabsorção da raiz do dente vizinho.
“A dor na região do siso é consequência da pericoronarite, que é a inflamação e infecção da região, podendo ocasionar pus, mau hálito, inchaço e dor. Entretanto, somente um cirurgião dentista pode avaliar, com raio X e panorâmica, a indicação da extração dele”, alerta a profissional.
Muitas vezes, quando eles nascem de forma correta sem prejudicar a saúde bucal, podem permanecer na cavidade bucal por anos — claro, desde que haja um acompanhamento contínuo, aponta a dentista.
Quais os riscos da extração?
Qualquer cirurgia que o paciente venha a sofrer, seja dentária ou não, impõe riscos. Gabriela destaca que é preciso avaliar o risco/benefício do paciente, se não tem comorbidades, ou doenças pré existentes, para assim fazer a indicação correta da extração do siso.
“Na grande maioria dos casos a cirurgia de remoção do siso ocorre em consultório e não oferece riscos. Isso desde que os pacientes estejam com bom estado de saúde, medicados da forma adequada e obedeçam rigorosamente as recomendações pós-operatórias feitas pelo cirurgião dentista”, ressalta.
Vale destacar que a cirurgia deve ser feita preferencialmente por um profissional capacitado e/ou habilitado em cirurgia buco maxilo facial, conclui Gabriela.