Hoje é o Dia Mundial da Alergia (8/7), data criada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com o objetivo de promover a conscientização para uma das doenças mais frequentes do mundo.
Para se ter uma ideia, segundo a OMS, cerca de 300 milhões de pessoas sofrem com asma, 250 milhões apresentam alergia alimentar, 400 milhões sofrem com rinite e 25% da população já desenvolveu alergia a algum fármaco. Essas condições, vale destacar, atingem indivíduos em todas as faixas etárias, comprometendo de forma significativa a qualidade de vida.
O que é a alergia?
A alergia é uma resposta do sistema imunológico contra substâncias que normalmente são consideradas inócuas. Isto é, aquelas que não causam mal à maioria das pessoas. Porém, em indivíduos com predisposição, o contato com tais substâncias (seja por meio das vias respiratórias, da pele ou por ingestão) leva a diferentes manifestações no organismo.
Dentre os principais tipos de alergia, destacam-se as respiratórias, as cutâneas e as alimentares. Abaixo descrevemos cada uma delas.
Alergias respiratórias
Com a chegada do inverno e a consequente queda de temperatura em boa parte do país, os sintomas de alergia respiratória tendem a se agravar, afetando cerca de 30% dos brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
“Alergias respiratórias são respostas exageradas do sistema imunológico a alérgenos presentes no ar, como ácaros, pólen, pelos de animais e fungos”, explica a médica Nanci Utida, diretora associada de assuntos médicos da Organon. Segundo ela, pessoas com histórico familiar de alergias têm uma predisposição genética que aumenta a sensibilidade a essas substâncias.
Entre os tipos mais comuns de alergias respiratórias estão a asma, rinite alérgica, sinusite e bronquite alérgica. Além de espirros frequentes, coceira no nariz e garganta e coriza abundante, esses distúrbios podem causar sérias consequências para a qualidade de vida. isso porque sintomas persistentes podem interferir no sono, causando fadiga e irritabilidade, afetar a produtividade e ainda gerar estresse e ansiedade, salienta a médica.
“A chave para controlar os sintomas é uma abordagem abrangente”, aconselha Nanci. Quanto ao tratamento, existem várias abordagens que visam aliviar os sintomas e prevenir crises. Geralmente, combina-se medicação, imunoterapia e mudanças ambientais para minimizar a exposição aos alérgenos.
“Evitar alérgenos, manter o ambiente limpo, usar purificadores de ar e controlar a umidade são essenciais. Além disso, consultas regulares com um alergologista são fundamentais para ajustar o tratamento conforme necessário”, destaca.
Manifestações na pele
As alergias na pele geralmente se manifestam com lesões e coceira intensa. O paciente ainda costuma apresentar vermelhidão, caroços e descamação, sobretudo devido à coceira. Em alguns casos pode ser muito grave, acometendo o corpo inteiro.
Diversos agentes podem causar alergias cutâneas. No entanto, os mais comuns são: ácaros, fungos, pelos de animais, produtos cosméticos, alimentos, pólen, picadas de insetos, látex, acessórios contendo níquel e medicamentos.
Já os tipos de alergia na pele também são variados. As manifestações podem ser de urticária (lesões), angioedema (inchaço intenso) ou dermatites que, por sua vez, também varia em manifestação.
A dermatite atópica é uma das mais comuns. Trata-se de uma alergia causada pela inflamação da pele, que provoca diferentes lesões, como placas ou pequenos caroços avermelhados, que costumam coçar bastante
“Ela está associada à históricos familiares dessa doença e de outras alergias, como rinite, sinusite ou bronquite”, explica Isabela Faiad Leiva, médica dermatologista pela Fundação UNIRG.
Segundo a especialista, alguns cuidados devem ser tomados para atenuar os sintomas da condição. “O banho deve ser rápido, morno e sem bucha. É necessário também utilizar um sabonete com o pH adequado para não agredir a pele. Logo após, é fundamental aplicar um hidratante mais resistente à sensibilidade. Além disso, tem que evitar alguns alimentos como o leite e derivados, açúcar e nozes”, afirma.
Alergia alimentar
Muitas vezes confundida com intolerância alimentar, a alergia alimentar é uma condição em que o sistema imunológico reage de forma adversa a determinados alimentos, desencadeando uma resposta alérgica que pode variar em gravidade.
Geralmente os sintomas incluem coceira na boca ou garganta, inchaço dos lábios ou língua, erupções cutâneas, diarreia, náusea, vômito, tontura, dor abdominal e dificuldade para respirar.
Segundo a nutricionista Alanna Vargas, a gestão e os tratamentos podem ajudar a reduzir os impactos da alergia alimentar no bem-estar do paciente. Nesse sentido, a profissional recomenda:
- Não consumir o alimento desencadeante: leia com atenção os rótulos dos alimentos, conscientização sobre os ingredientes e a eliminação completa do alimento alergênico da dieta;
- Plano de ação de emergência: pacientes com alergias alimentares graves devem ter um plano com ações emergenciais, seguindo orientação de um médico. Ter acesso rápido ao tratamento indicado é vital, caso ocorra a ingestão do alimento alergênico de forma acidental, por exemplo;
- Educação e conscientização: pacientes e responsáveis devem estar atentos aos sintomas de reações alérgicas, sinais de exposição acidental e a conduta a seguir em caso de emergência;
- Consultas médicas regulares: o acompanhamento médico regular com um alergista é importante para monitorar a condição do paciente e discutir estratégias de gerenciamento, que podem até mesmo ajudar a determinar se a alergia persiste.