A SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) lançou uma nova diretriz com formas de medir a pressão arterial para melhorar o diagnóstico de hipertensão. Isso porque os níveis da pressão arterial podem mudar entre o que é verificado em casa e no consultório médico.
A Dra. Cristienne Souza, cirurgiã vascular e angiologista da Venous, explica que a pressão arterial (PA) medida em casa pode diferir daquela medida em consultório devido ao “efeito do avental branco”, em que a pressão do paciente pode subir devido à ansiedade associada à visita médica.
“Além disso, pode haver alterações nos valores da PA caso o preparo do paciente não seja adequado, ou pelo uso de aparelhos não calibrados ou inadequados”, acrescenta a especialista.
Qual a importância de medir e acompanhar a pressão arterial?
Cristienne lembra que a hipertensão arterial (HA) é um dos principais fatores de risco modificáveis para morbidade e mortalidade em todo o mundo. A condição também é um dos maiores fatores de risco para doença arterial coronária, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.
Além disso, é altamente prevalente e atinge mais de um terço da população mundial. Portanto, um acompanhamento regular ajuda a diagnosticar precocemente a hipertensão, permitindo intervenções que evitam complicações graves, aponta a médica.
Quais são os níveis saudáveis da pressão arterial?
De acordo com as diretrizes, os níveis considerados saudáveis para a pressão arterial são:
- Ótima: Sistólica menor que 120 mmHg e diastólica menor que 80 mmHg;
- Normal: Sistólica entre 120 e 129 mmHg e/ou diastólica entre 80 e 84 mmHg;
- Elevada (pré-hipertensão): Sistólica entre 130 e 139 mmHg e/ou diastólica entre 85 e 89 mmHg;
- Hipertensão (estágios variados): A partir de sistólica 140 mmHg e diastólica 90 mmHg, com valores maiores indicando estágios mais graves.
Caso a pressão arterial esteja frequentemente elevada, é importante consultar um médico para avaliação e possível tratamento. O profissional de saúde pode indicar mudanças de estilo de vida, como a adoção de uma dieta saudável, a prática regular de exercícios físicos, a redução do consumo de sal e álcool, o controle do peso e, em alguns casos, o uso de medicamentos prescritos pelo médico.
“É crucial enfatizar a importância do autocuidado na gestão da pressão arterial, bem como a necessidade de uma abordagem multidisciplinar que envolva não apenas o tratamento medicamentoso, mas também mudanças no estilo de vida para promover uma saúde cardiovascular adequada”, diz a médica.
Cristienne destaca ainda a importância da educação contínua dos pacientes sobre a necessidade do monitoramento da pressão arterial. Também é fundamental ter em mente o papel fundamental que esse cuidado desempenha na prevenção de complicações cardiovasculares.
Como medir a pressão arterial
A especialista dá algumas recomendações para uma aferição adequada da pressão arterial. Confira:
- Observar o uso de equipamentos calibrados e seguir as instruções de uso para garantir a precisão das medições;
- Repouso por 5 minutos, em ambiente calmo e confortável, e orientar para não falar ou se mover durante a medida;
- Sentar o paciente, com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso relaxado e recostado na cadeira;
- Posicionar o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e sem garrotear o braço com roupas.
Além disso, é importante verificar se o paciente NÃO:
- Está com a bexiga cheia;
- Praticou exercícios físicos há, pelo menos, 90 minutos;
- Ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou 30 minutos antes.