A traqueostomia é um procedimento cirúrgico em que o médico faz uma incisão externa na região da traquéia e insere uma cânula (plástica ou metálica). O objetivo é facilitar a chegada de ar até os pulmões. Portanto, a traqueostomia é indicada para os casos em que há obstrução das vias aéreas superiores ou necessidade de ventilação mecânica por um longo período.
De acordo com o DataSUS, há mais de 170 mil brasileiros traqueostomizados pelo SUS. Todos eles lidam com limitações como dificuldades para respirar, se alimentar e falar. Nesse sentido, os fonoaudiólogos de UTIs encontram na comunicação e na reabilitação ferramentas para transformar vidas.
Importância da fonoaudiologia para pacientes com traqueostomia
“Utilizamos uma abordagem variada, que inclui exercícios vocais, massagens intra e extraorais, manobras específicas de deglutição e treinos articulatórios e repetitivos”, explica a fonoaudióloga Franciele Savaris Sória, coordenadora de fonoaudiologia dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat.
Sua rotina se caracteriza pela soma de esforços para cuidar de pacientes e promover uma rápida recuperação por meio de intervenções precisas. Aqueles que têm o desafio de reaprender a comer e falar descobrem nesses profissionais a esperança para seguir adiante.
“O principal objetivo é não apenas restaurar a funcionalidade perdida, mas também capacitar cada paciente. Por isso, os orientamos na conquista pela autonomia e qualidade de vida“, destaca Franciele.
Segundo ela, mesmo diante de um quadro grave de saúde, é sempre possível melhorar a capacidade funcional e restaurar a independência do paciente, diminuindo o risco de complicações associadas à permanência no leito. Essa atuação requer uma abordagem cuidadosa e personalizada para alcançar a recuperação completa.
“Com o apoio de um tratamento individualizado e assertivo, conseguimos reduzir o tempo de internação, as taxas de reinternação após a alta e as sequelas [da traqueostomia]”, enfatiza Franciele.
Equipe multidisciplinar
Os fonoaudiólogos trabalham lado a lado de uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais, incluindo psicólogos. Isso porque, ao perceber o paciente de uma maneira mais abrangente em relação à patologia, é possível abordar esferas da saúde que vão além da medicina ou da fonoaudiologia.
“Quando unimos profissionais de diferentes vertentes e realizamos um trabalho em equipe, cumprimos uma importante missão: cuidar do paciente de forma humanizada, devolvendo-o à vida normal”, afirma o coordenador dos cuidados paliativos dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, Ronnie Barreto Arrais Ykeda.
