Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, descobriram que homens solteiros têm duas vezes mais probabilidade de morrer do que homens casados. O estudo contou com mais de 8 mil participantes da Dinamarca e comparou as taxas de mortalidade entre os homens que estão em um matrimônio e os que não estão. Os resultados mostraram que os solteiros, incluindo os divorciados, tinham o dobro do risco de morrer do que aqueles que eram casados.
As razões podem sim variar bastante, mas há algumas explicações plausíveis de acordo com os especialistas. Pesquisas têm mostrado que pessoas com menos laços sociais podem levar a taxas de mortalidade mais altas. Isso pode ocorrer devido à falta de apoio emocional, que pode ser inevitavelmente importante em momentos de estresse ou doença. Além disso, ter um parceiro pode significar um aumento de recursos financeiros. Os recursos, por sua vez, também poderiam ajudar no acesso a melhores serviços de saúde, bem como fornecer assistência para manter hábitos de vida saudáveis como dieta e exercícios.
Ter com quem contar é fundamental
Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos, acredita que o isolamento social pode sim ser a causa principal de dobrar as chances de morte. Isso pode se dar pela falta de tempo de procurar por uma parceira. “O ser humano é uma espécie social por sua essência, tem uma grande necessidade de ter uma companhia. Mas, devido a correria do dia a dia e da ocupação no trabalho, muitas das vezes o entretenimento e a atenção ao emocional acabam ficando de lado. Isso leva a distúrbios mentais e consequentemente a doenças, visto que a maioria dos casos de morte são causados por estresse, excesso de cansaço, etc”, afirma.
Segundo ele, não é à toa que a procura por relacionamentos na internet tem aumentado cada vez mais. “E eu acredito que essa pode sim ser uma solução para evitar todos os transtornos causados pelo dia a dia. Um relacionamento leve e transparente pode alongar sua expectativa de vida, além de ter alguém para te dar suporte, apoiar e envelhecer ao seu lado. A felicidade emocional é necessária para uma vida mais tranquila”, destaca o especialista.
Para o Dr. Martin Tovée, da Universidade de Newcastle, há ainda outra possível. Ele afirma que o casamento pode nos tornar mais resistentes quando encaramos situações difíceis na vida. Isso porque temos alguém em quem confiamos e valorizamos, prontamente acessível em todos os momentos. “Ter alguém que você conhece muito bem e que o ama significa que há alguém que sempre o ouvirá quando a vida fica difícil. Este tipo de apoio emocional é incrivelmente importante para nossa saúde a longo prazo”, diz ele.
O amor e a longevidade
Embora sejam necessárias mais pesquisas para confirmar estes resultados, elas nos mostram como é importante para os indivíduos, especialmente aqueles sem família ou amigos próximos, encontrar maneiras de criar conexões importantes com outros, a fim de aumentar o bem-estar tanto mental quanto físico. Conforme os resultados do estudo, tomar medidas para construir relacionamentos fortes, seja através da amizade ou de outra forma, poderia fazer uma diferença no mundo em termos de longevidade na vida.