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Método propõe nova forma de identificar constipação em crianças

O método Roma IV é a principal forma de identificar constipação em crianças, mas pesquisadores apontam forma mais eficiente

Método propõe nova forma de identificar constipação em crianças
Método propõe nova forma de identificar constipação em crianças - Foto: Shutterstock

Conhecida popularmente como “prisão de ventre”, a constipação pode atingir tanto adultos quanto crianças. Os pequenos, no entanto, recebem o diagnóstico a partir dos 4 anos de idade. 

A principal forma de identificar o problema nas crianças é através do método de Roma IV. A técnica é adotada mundialmente e se baseia em seis perguntas. Caso duas respostas sejam positivas, há um indicativo de constipação.

Critérios de Roma IV

As perguntas que descrevem os critérios de Roma IV são:

  1. Há duas ou menos evacuações por semana?
  2. Ocorre pelo menos um episódio de incontinência fecal na semana?
  3. Há histórico de postura retentiva ou retenção fecal voluntária excessiva?
  4. Há presença de extensa massa fecal no canal retal?
  5. A criança tem histórico de fezes calibrosas, que podem obstruir o vaso sanitário?
  6. As defecações são dolorosas?

Caso somente uma pergunta seja positiva, é necessário, então, um toque retal para confirmação. Vale destacar que essa abordagem, embora eficaz na confirmação, não oferece uma avaliação do grau de constipação. 

Nova forma de identificar o problema

Para superar essa limitação, um estudo desenvolvido na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, publicado no Journal of Pediatric Urology, adaptou e validou para uso pediátrico o Cleveland Constipation Score (CCS), originalmente desenvolvido para avaliar a constipação em adultos. O CCS é uma ferramenta abrangente que proporciona um diagnóstico mais preciso e elimina a necessidade de toque retal. 

O estudo, publicado e validado para a população pediátrica, oferece uma alternativa inovadora, permitindo uma avaliação mais detalhada da constipação em crianças a partir de 4 ou 5 anos. Ao quantificar a intensidade da constipação, o CCS promete ser um instrumento valioso no diagnóstico e acompanhamento dessa condição com maior precisão.  

“Solicitamos a autorização ao autor do CCS para que pudéssemos adaptar esta ferramenta para a população pediátrica e ele concordou”, conta o urologista pediátrico Dr. Ubirajara Barroso. O médico foi orientador da pesquisa, fruto do trabalho de doutorado da coloproctologista Glícia Abreu.  

Os pesquisadores estão em negociação com uma universidade americana para validar o score no idioma inglês, o que pode torná-lo o novo padrão mundial. “Essa iniciativa não apenas ampliará o alcance da ferramenta, mas também contribuirá para sua aceitação global, representando um avanço significativo na abordagem diagnóstica da constipação em crianças”, afirma. 

A constipação em crianças

Segundo a coloproctologista Glícia Abreu, a criança começa a ter controle da defecação em torno dos 3 anos. “O tratamento da constipação pode ser complexo”, diz a médica. Além disso, cerca de 40% das crianças constipadas recidivam após um ano de tratamento para a constipação. 

“Também já se observou que 25% das crianças constipadas se tornam adultos constipados e muitas vezes de difícil tratamento. Além disso, os responsáveis muitas vezes suspendem o uso necessário de laxantes por receio de o ‘intestino se acostumar’!”, alerta a médica.  

O Dr. Ubirajara Barroso Jr. destaca que cerca de 50% das crianças com incontinência urinária também têm constipação. Por isso, é preciso tratar os dois problemas, uma vez que um interfere no outro. 

A eletroneuroestimulação parassacral, que é utilizada pela equipe de Barroso Jr. desde 2001 no tratamento da incontinência urinária infantil, também tem tido eficácia no tratamento da prisão de ventre. 

“Esse é o primeiro recurso que trata as duas condições juntas, pois a terapêutica para disfunção vesicointestinal atualmente engloba duas modalidades de tratamento, uma para cada problema”, explica o Dr. Ubirajara. 

“A literatura também salienta que o tratamento da constipação é ponto chave para o tratamento dos sintomas urinários”, conclui a Dra. Glícia. 

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