Você segue uma rotina rígida de cuidados com a pele. Ainda assim, ela continua envelhecendo. A causa para esse problema pode estar na composição do seu prato, geralmente por conta das quantidades inadequadas de proteína.
“Não adianta gastar fortunas em tratamentos estéticos com bioestímulo de colágeno, lasers, peelings etc, se os nutrientes necessários (aminoácidos) para a fabricação de colágeno na pele não são ofertados”, destaca a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
De acordo com a especialista, uma maneira simples de saber o quanto de proteína ingerir é calcular de 1 a 1,5g de proteínas por quilo do seu próprio peso. Esse consumo deve ser diário, pois, dessa maneira, é possível manter a necessidade do corpo sem prejuízo de nenhuma função. “Agora, se existe um preparo físico para hipertrofia muscular essa recomendação pode chegar a 2,5g por quilo de peso por dia”, completa.
Por que a proteína é tão importante para a pele?
Segundo a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), a proteína é um tipo de macronutriente formado a partir de um conjunto de aminoácidos ligados entre si. Segundo ela, a pele precisa de um bom aporte de proteínas para manter o tônus e renovar suas estruturas.
Além disso, 70% de nossa epiderme é composta por proteínas. “A pele nos protege de perda de água, agressões diárias, controle de temperatura, e é uma barreira entre nosso corpo e o ambiente em que vivemos”, afirma a Dra. Beatriz. Ela explica a função das principais proteínas associadas à pele:
- Queratina: ela deixa nossa pele resistente a agressões. Por isso, a sola dos pés ou das mãos têm uma camada espessa de queratina que nos permite pisar e segurar objetos sem machucar.
- Colágeno e elastina: são eles que dão elasticidade. Conseguimos dobrar e esticar os braços sem que a pele se rompa, sorrimos e temos expressões faciais contraindo músculos que enrugam e relaxam a pele que os cobre e assim nos comunicamos.
O envelhecimento da pele é comum
Conforme a especialista, existe uma degradação natural das proteínas de nosso organismo, células morrem e se renovam o tempo todo. “Estudos mostram que cerca de 300g de proteínas corporais são degradadas e sintetizadas todos os dias, e que temos uma perda diária de 20 a 30g de proteínas mesmo em condição de inanição”, aponta a cirurgiã plástica.
Em condições de alimentação inadequada, o corpo vai precisar de proteína para manter órgãos vitais de qualquer maneira. Por isso, é comum que a distribuição do macronutriente para a pele seja colocada em segundo plano, já que o tecido não é uma prioridade maior do que o cérebro ou o coração, por exemplo.
Como aumentar o consumo de proteína
Infelizmente, conseguir “bater a meta” da proteína diária não é fácil. “Por exemplo, uma pessoa com 70kg que faz atividade física de moderada intensidade, precisa de cerca de 100g de proteína por dia. Um bife bovino de 100g tem cerca de 30g de proteínas, um ovo apenas 6g. E ingerir a quantidade recomendada de proteínas fica ainda mais difícil quando sabemos que conseguimos absorver apenas 30g de uma vez, e que com a idade diminui a capacidade de absorvermos proteínas”, afirma a Dra. Beatriz.
“O colágeno é composto por glicina, prolina, hidroxiprolina e um outro aminoácido que pode variar nesta sequência. Então, precisamos consumir uma quantidade mínima de proteínas para abastecer todo o organismo e garantir que temos glicina, prolina e hidroxiprolina livres e disponíveis para a fabricação de colágeno”, completa a cirurgiã.
A profissional aponta quais alimentos podem ser adicionados na dieta:
- Peixe;
- Carne bovina;
- Frango;
- Ovos;
- Derivados do leite;
- Proteínas vegetais, como soja, ervilhas e alguns outros legumes;
- Frutas;
- Verduras;
- Frutos mar;
- Castanhas.
“Alguns fatores também atrapalham essa reação como excesso de radicais livres causado por estresse, sedentarismo, cigarro, excesso de álcool e qualidade de sono ruim. Tomar pouca água pode interferir, pois também haverá prioridade em direcionar a água para o sangue, rins, fígado, músculos e novamente: o que sobrar vai para a pele? Muito pouco”, diz a Dra. Beatriz.
“Existem diversos tratamentos para a pele e o dermatologista e cirurgião plástico podem ser consultados, mas sem esquecer de buscar ajuda de um médico nutrólogo. Muitos tratamentos externos não têm boas respostas sem a associação com orientações alimentares e suplementares de forma individualizada. O objetivo nessa situação é obter as melhores respostas e resultados nos procedimentos estéticos ou cirúrgicos eleitos para corrigir cada alteração”, destaca a Dra Marcella.