A câmara hiperbárica tem se tornado popular entre os famosos — atletas como Neymar e artistas como Claudia Raia já revelaram usar o equipamento pelos benefícios que ele traria ao corpo. Entre eles, está a possibilidade de rejuvenescimento e de melhorar a performance física.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica (SBMH) destaca que o procedimento de oxigenoterapia tem indicações muito delimitadas. Portanto, o uso indiscriminado e sem acompanhamento médico especializado pode trazer riscos como convulsão e edema pulmonar. Além disso, a organização afirma que não há comprovações científicas para os objetivos buscados.
Segundo o cirurgião plástico e professor, Dr. Thiago Marra, a câmara hiperbárica é uma terapia muito eficaz com comprovações científicas fortes que mostram um aumento da vascularização do tecido de determinadas regiões. Esse benefício, no entanto, está restrito a situações em que o paciente precisa acelerar o processo de uma cicatrização — seja em um pós-operatório ou por conta de uma ferida crônica, comum em pacientes com diabetes.
Antes de ser eficaz, o tratamento é mesmo necessário?
O cirurgião afirma que, com aumento da vascularização, é possível que haja uma melhora da performance física. Apesar disso, ele desconhece qualquer artigo ou estudo que ateste isso. “Precisa de estudos comprovados para poder fazer isso, e não existe nenhum tipo de comprovação científica”, reforça. Ele destaca ainda que é importante não confundir a câmara hiperbárica com a ozonioterapia, que também carece de comprovações científicas.
De acordo com o site de Neymar Jr. ele usa o equipamento em casa até uma vez ao dia, por cerca de 1h30 e quando está lesionado são pelo menos 2 vezes ao dia. Para o Dr. Thiago, este é outro fato que causa estranhamento. “Isso não é uma coisa que é para se ter em casa. Pelo menos não faz sentido até os dias atuais. Talvez alguns centros de atletas, se eventualmente forem feitas pesquisas científicas para mostrar melhoras no rendimento. Aí faria algum sentido”, comenta.
Câmara hiperbárica: como funciona e para que serve?
No entanto, a câmara não é dispensável, como Thiago explicou. “A principal utilização da câmara hiperbárica é para tratamentos de feridas e de cicatrizes, para pacientes que têm feridas crônicas, diabetes, ou que ficam internados por muito tempo e, por isso, criam feridas. É bom para também para pós-operatórios de cirurgia plástica, em que há algum sinal de desvascularização do tecido. Além disso, serve para tratar necroses já estabelecidas, em que já formou um ferida ou uma cicatriz e você precisa de uma regeneração daquele tecido de forma mais rápida”, esclarece.
Para utilizar o tratamento, o paciente entra realmente dentro de uma uma câmara, como se fosse uma cápsula. Ali dentro há um aumento da pressão de oxigênio, onde o paciente permanece durante alguns minutos ou às vezes horas. São necessárias de cinco a dez sessões da câmara hiperbárica, o que pode variar. Além disso, vale destacar que o equipamento não tem qualquer contraindicação ou efeito colateral significativo.