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Poliomielite: sintomas, causas e prevenção da paralisia infantil

O dia 24 de outubro é conhecido como o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. Saiba quais as formas de transmissão e como prevenir a doença

Poliomielite: sintomas, causas e prevenção da paralisia infantil
Poliomielite: sintomas, causas e prevenção da paralisia infantil - Foto: Shutterstock

No dia 24 de outubro o mundo todo celebra o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil. A doença é uma condição contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus.

O poliovírus pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou secreções de pessoas infectadas, provocando ou não paralisia. A paralisia muscular é comum nos casos graves da doença e, geralmente, acomete mais os membros inferiores.

Transmissão

A transmissão da poliomielite ocorre através do contato direto entre uma pessoa saudável e uma pessoa infectada. A forma mais frequente é pela via fecal-oral, por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores. 

Além disso, também existe a transmissão via oral-oral, por meio de gotículas de secreções expelidas pela boca, seja ao falar, tossir ou espirrar. A falta de saneamento, as más condições de moradia e a falta de higiene pessoal são fatores que contribuem para a contaminação pelo poliovírus.

Sintomas e sequelas

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais frequentes da poliomielite são:

  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Dor de cabeça;
  • Dor de garganta;
  • Dor no corpo;
  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Constipação (prisão de ventre);
  • Espasmos;
  • Rigidez na nuca e até mesmo meningite. 

Nas formas mais graves é comum a ocorrência de flacidez muscular, que afeta um dos membros inferiores. Além disso, a poliomielite pode deixar sequelas devido a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus. Normalmente são sintomas motores que não têm cura. 

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 1 a 200 casos, o vírus destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços. O Ministério da Saúde acrescenta ainda outra sequelas deixadas pela doença:

  • Problemas e dores nas articulações; 
  • Pé torto, ou pé equino (o calcanhar não encosta no chão);
  • Crescimento diferente das pernas, o que faz a pessoa mancar e causa escoliose;
  • Osteoporose;
  • Paralisia de uma das pernas;
  • Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta;
  • Dificuldade para falar;
  • Atrofia muscular;
  • Hipersensibilidade ao toque.

É possível tratar as sequelas da poliomielite com fisioterapia, especialmente pela realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados. O tratamento melhora a qualidade de vida e diminui os efeitos das sequelas. Além disso, o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações também pode ser indicado.

Tratamento e prevenção da poliomielite

Não existe tratamento específico para a poliomielite. No entanto, com o surgimento dos sintomas é preciso procurar atendimento médico. Isso porque todos os pacientes contaminados devem ser hospitalizados para tratar os sintomas da doença, de acordo com cada quadro clínico.

A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite, e foi dessa maneira que o Brasil erradicou a doença em 1994. No entanto, as taxas de cobertura vacinal têm caído nos últimos anos.

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina contra a pólio atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.

Depois de 2016, esse número caiu para menos de 90%, chegando a 84,19% no ano de 2019. Em 2020, com os impactos da pandemia de covid-19, a vacina chegou a apenas 76,15% dos bebês. Em 2021, o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez na história, com 69,9% das crianças vacinadas.

Esses números acendem um alerta sobre os riscos de um possível retorno da poliomielite. “Coberturas vacinais baixas favorecem a transmissão de agentes já erradicados e expõem indivíduos a doenças imunopreveníveis. As vacinas acumulam histórias de sucesso, salvando vidas, e contribuindo para o controle de doenças mundo afora. É um esforço coletivo e o sucesso das campanhas de imunização depende de todos”, declara a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne.

O Ministério da Saúde ressalta que todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme a campanha nacional anual. O esquema vacinal contra a poliomielite é de três doses da vacina injetável – VIP (aos 2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente – VOP (gotinha).

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