Verão, sol, areia e mar. Você provavelmente não pediria por um cenário melhor para aproveitar os dias de descanso. Mas basta passar um tempinho na praia e as primeiras dores de cabeça começam a aparecer. Isso porque o ambiente pode ser propício para uma crise de enxaqueca.
Segundo a neurologista Dra. Thaís Villa, a enxaqueca pode estar presente também nos dias de relaxamento, pois quando a doença não está controlada, os gatilhos ficam cada vez mais fortes.
Gatilhos presentes na praia
Um desses gatilhos é a desidratação. Com o calor, o nosso corpo sofre, e com o cérebro não é diferente. Por isso, é preciso ficar ainda mais atento à hidratação, lembrando-se de tomar muita água, destaca a médica.
Além disso, o álcool também pode ser um gatilho muito forte para a enxaqueca. Portanto, opte por bebidas sem álcool para desfrutar a praia sem preocupação.
Mas não acaba por aí: a luz do sol e areia branquinha podem ser uma combinação muito desconfortável para quem tem enxaqueca. Isso porque as crises costumam vir associadas à fotofobia (sensibilidade à luz). Por isso, a orientação é não se esquecer do óculos de sol para proteção dos olhos e evitar as crises.
Tratamento da enxaqueca
A neurologista explica que a enxaqueca é uma doença crônica do cérebro, órgão que comanda todo o organismo. Além disso, é de tendência hereditária e não tem cura. O tratamento correto vai proporcionar mais qualidade de vida ao paciente, ajudando a controlar as crises e os sintomas, que podem ser muitos e variados, sendo a dor de cabeça o mais conhecido e comum.
“É crucial entender que, ao tratar a enxaqueca, esses gatilhos perdem a força e a chance de crise diminui, permitindo que você desfrute dos momentos de lazer e descanso”, explica Thaís.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de um bilhão de pessoas sofrem de enxaqueca no mundo. A doença pode atingir todas as idades, mas tem o ápice entre os 30 e 50 anos, acometendo, principalmente, as mulheres (devido a questões biológicas e hormonais).
“Toda a pessoa com enxaqueca deve procurar um neurologista especialista e fazer um tratamento da doença, que é complexa e tem muitas repercussões na vida do paciente, inclusive complicações vasculares (como risco aumentado para AVC e infarto), além de perdas na qualidade de vida, como alterações do sono e de humor, tendência à ansiedade e a problemas cognitivos, entre outras. O tratamento integrado visa o controle dos sintomas e da doença”, orienta Thaís Villa.
A neurologista aponta que o tratamento individualizado deve combinar terapias com medicamentos de ponta e ajustes no estilo de vida, com acompanhamento de uma equipe multiprofissional em Neurologia, Nutrição, Ginecologia, Odontologia, Fisioterapia, Psicologia, Psiquiatria, entre outros, oferecendo atendimento de forma integrada com o objetivo de proporcionar bem-estar ao paciente por meio do controle da dor.