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Sinais de alerta que podem indicar Alzheimer, segundo médicos

Mais de 1 milhão de brasileiros têm Alzheimer, número que pode aumentar com o envelhecimento da população. Saiba os sintomas da doença

Médicos revelam sinais de alerta que podem indicar Alzheimer
Médicos revelam sinais de alerta que podem indicar Alzheimer - Foto: Shutterstock

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com algum tipo de demência – a mais comum é o Alzheimer, que atinge 70% dos indivíduos nessa situação. Só no Brasil, há 1,2 milhões de pessoas com a doença, segundo o Ministério da Saúde. A OMS alerta para o risco desses números aumentarem nos próximos anos, visto que a população mundial está envelhecendo – e os idosos constituem o grupo mais atingido pela doença.

A ciência ainda não conhece uma cura para o Alzheimer, que é uma doença neurodegenerativa. Por isso, ela leva a um progressivo declínio cognitivo com o passar do tempo. Nas fases finais, o paciente não se lembra de grande parte dos acontecimentos da sua vida, nem mesmo das pessoas à sua volta. Aliás, a perda de memória é o sintoma mais característico da enfermidade. No entanto, outros sinais podem indicar o surgimento da condição.

Sinais de alerta que podem indicar Alzheimer

  1. Se perder em um caminho já conhecido

De acordo com o neurologista e coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí e da Neurologia do Hospital e Clínica São Gonçalo, Dr. Guilherme Torezani, geralmente o primeiro sinal indicativo de Alzheimer são os esquecimentos que geram preocupação – seja no próprio paciente ou nos familiares e amigos.

É o caso, por exemplo, de perder-se na rua em um caminho já conhecido e não conseguir se localizar no espaço naquele momento. Conforme esses esquecimentos se tornam frequentes, há um sinal de que algo está errado. “Esses sinais não necessariamente indicam Alzheimer, mas mostram uma perda cognitiva importante”, afirma.

  1. Esquecimentos que atrapalham a administração doméstica e a vida financeira

O médico exemplifica: “Frequentemente se esquecer de pagar as contas, esquecer de pagar boleto, esquecer senha de cartão, ou se embaralhar com o troco e não conseguir fazer o cálculo… Tudo isso é sinal de perda cognitiva”, aponta o neurologista.

  1. Ficar repetitivo

O especialista explica que a repetição excessiva também é um sinal de demência. Ou seja, precisar o tempo todo verificar uma mesma informação, ou repetir uma mesma informação muitas vezes, ou ainda repetir a mesma pergunta ao longo do dia. Nesses casos, é importante ficar alerta.

Problemas do dia a dia podem indicar a doença

  1. Apresentar dificuldade para se comunicar

Ter dificuldade com a linguagem também é um sinal de perda cognitiva. “Por exemplo, esquecer-se com frequência de palavras simples, de forma que isso começa a impactar a sua funcionalidade de fala. Ou esquecer o nome dos objetos com frequência, objetos que você tem a disposição”, aponta.

  1. Problemas na execução de tarefas e planejamento 

O médico exemplifica com o caso de uma senhora que faz sempre a mesma receita, mas passa a não conseguir mais por se atrapalhar no meio. De acordo com o especialista, abandonar uma atividade já conhecida no meio por não conseguir executá-la é um sinal que merece atenção.

  1. Alterações comportamentais

No caso do Alzheimer, e de outras doenças associadas à demência, é muito comum a mudança no comportamento do paciente. “Então, o idoso pode começar a ficar agressivo, irritável, pouco complacente, muito rígido, muito metódico e muito teimoso. Ou então começar a falar de coisas inapropriadas socialmente, como falar abertamente sobre sexo, ou agir nos impulsos sexuais. Também pode começar a xingar ou falar palavras de baixo calão em público”, exemplifica o neurologista.

O Dr. Guilherme destaca que esses sinais todos não são específicos do Alzheimer, mas acometem os pacientes que têm a doença.

Estágios do avanço da doença

Segundo o neurologista Leandro Teles, a doença pode se dividir em estágios, dependendo da condição do paciente e dos sinais que ele apresenta. No primeiro estágio, o “leve”, a pessoa tem dificuldade progressiva de fixar novas memórias. Ou seja, o paciente lembra bem do passado, mas apresenta evidente dificuldade em memorizar coisas mais atuais, do dia a dia. “Ele fica esquecido, repetitivo e deixa de cumprir compromissos. Aos poucos, vai perdendo sua segurança e independência”, afirma Leandro. 

Já no estágio moderado, além do esquecimento, o paciente passa a se sentir desorientado no tempo e no espaço. Por isso, pode se perder em lugares conhecidos, ter dificuldade de reconhecer rostos familiares e mostrar-se cada vez mais confuso e menos confiável. Nesta fase, podem surgir alterações comportamentais, como apatia ou agressividade, perda progressiva de autonomia, dificuldades de cálculo e linguagem, além de comprometimento de memórias antigas, já consolidadas.

No estágio avançado, por sua vez, o paciente se mostra ainda mais desorganizado. Além disso, o esquecimento pode ser muito intenso, dificultando até pequenos diálogos. “Ele fica bastante aéreo, interage pouco com o ambiente, pode ter franca dificuldade em reconhecer familiares e apresenta um discurso pobre e confuso. Com a progressão, surgem sintomas motores como engasgos, perda de equilíbrio, e problemas de coordenação e de força muscular”, acrescenta o neurologista. 

A partir daí, o paciente evolui para uma franca deterioração neurológica global. Com isso, ele fica restrito à cadeira de rodas e, posteriormente, à cama, em posição que lembra a posição fetal.

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