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Susana Vieira tem leucemia crônica; entenda condição da atriz

Em entrevista ao Fantástico, a atriz Susana Vieira revelou ter Leucemia Linfocítica Crônica e Anemia Hemolítica Autoimune, ambas em remissão

Susana Vieira tem leucemia crônica; entenda condição da atriz
Susana Vieira tem leucemia crônica; entenda condição da atriz - Reprodução Instagram (@suzanavieiraoficial)

Susana Vieira, 81, revelou em entrevista ao “Fantástico” (TV Globo) que tem Leucemia Linfocítica Crônica. Segundo ela, a doença não tem cura e “não adianta fazer transplante de medula”.

A atriz ainda revelou ter outra condição: Anemia Hemolítica Autoimune. “É óbvio que com à medida que você vai ficando com mais idade, você fica preocupada. Então essa doença, parece que foi Deus, me deixou em paz. Ou eu estou mais em paz talvez”, afirmou.

Conforme Susana, as duas doenças estão em remissão. Para o tratamento, ela mantém um estilo de vida saudável. “A disciplina de fazer os exercícios, que eles mandam. E eu como tudo, arroz, feijão, muita farinha. Como de tudo, pão, manteiga, tudo”, disse.

O que é a Leucemia Linfocítica Crônica

Segundo Christiane Secco, oncohematologista do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ), não é uma leucemia autoimune. A condição tem esse nome porque se trata de uma proliferação.

“Isto é, um aumento numa célula do sangue chamada de linfócito que nós consideramos maduro, não é um linfócito novo e nem causa alterações maiores como quando há a proliferação de células imaturas”, explica. 

Quando se tem proliferação de células maduras, trata-se de uma doença crônica. Então, por isso, a doença se chama leucemia linfocítica crônica, porque tem uma proliferação de linfócitos crônicos, reforça a especialista.

A Anemia Hemolítica Autoimune tem relação com o quadro?

Conforme a médica, a anemia a que Susana se refere não necessariamente tem relação com a leucemia. “Ela pode ter uma anemia hemolítica autoimune sem estar relacionada à leucemia linfocítica crônica ou estando relacionada à doença”, diz Christiane.

No entanto, a Leucemia Linfocítica Crônica pode gerar anticorpos causando a anemia autoimune. Essa anemia é extremamente responsiva à corticóide. E também é responsiva, se for o caso, ao tratamento da doença”, complementa a médica.

Remissão do quadro

A Susana Vieira diz que está em remissão porque, na maioria das vezes, a leucemia  linfocítica crônica só coexiste com outras patologias ou coexiste com um paciente hígido,  um paciente que é considerado saudável sem outros maiores problemas, aponta Christiane.

“Você só consegue ver que aquele paciente tem leucemia linfocítica  crônica porque se faz um exame e há um aumento de linfócitos no hemograma. Mas essas células malignas não fazem nada, elas só existem sem causar nenhum outro sintoma. Então, a Susana Vieira diz que a doença dela está em remissão por essa razão: ela não tem outros sintomas, somente um aumento nos linfócitos que é detectado no hemograma”, detalha.

Tratamento

O quadro de Susana Vieira, de fato, não tem cura, salienta a especialista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ). De acordo com a médica, a medicina ainda não conseguiu colocar a Leucemia Linfocítica Crônica em remissão completa. Assim, a condição pode durar anos (10 ou mais), sem maiores manifestações.

Além disso, não há necessidade de fazer transplante de medula porque este procedimento não é capaz de retirar os linfócitos presentes no hemograma. “A primeira perspectiva de tratamento é, como no caso da Suzana Vieira, a observação, quando o paciente tem apenas um aumento dos linfócitos sem outros sintomas”, diz a profissional.

O médico  segue o paciente, com hemogramas seriados a cada 3 ou 4 meses para avaliar se ele tem algum sinal de anemia, baixa de plaquetas, aumento significativo dos leucócitos. E também é importante o exame físico para ver se o paciente tem aumento de glândulas, 

do fígado, do baço. “Tudo isso tem que ser revisado pelo médico a cada ida ao consultório. Então, a primeira perspectiva de tratamento é não tratar”, explica Christiane.

No caso do paciente ter uma evolução da doença, ou seja, qualquer sinal da doença, que pode ser anemia, baixa de plaquetas, aumento de glândulas, do fígado, do baço ou dos leucócitos, inicia-se o tratamento. 

“Hoje em dia, há diversas opções para esse tratamento.  E quando chega nesse momento, essa avaliação tem que ser feita a partir de inúmeros fatores, inclusive do tipo da leucemia que este paciente tem em termos de alterações genéticas”, finaliza a especialista. 

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