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Tarcísio fará cirurgia para retirada de cálculo renal; entenda

O governador de SP precisou suspender sua agenda de compromissos para retirar cálculo renal. Médica explica o procedimento

Tarcísio fará cirurgia para retirada de cálculo renal; entenda
Tarcísio fará cirurgia para retirada de cálculo renal; entenda - Foto: Reprodução Instagram (@tarcisiogdf)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, precisou suspender sua agenda de compromissos em Londres devido a uma crise renal. Por isso, ele deve passar nesta terça-feira (28) por uma cirurgia para retirada de cálculo renal. A condição é bastante comum, e pode aparecer em uma em cada dez pessoas ao longo da vida. 

Doenças e condições como obesidade, pressão alta e diabetes são fatores de risco para a formação de pedras nos rins, aponta a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. 

Segundo ela, os cálculos tendem sempre a se repetir. Além disso, o paciente pode necessitar de diversas intervenções cirúrgicas e internações, reduzindo sua qualidade de vida, levando ao absenteísmo no trabalho e até a quadros de dor crônica, quando os cálculos não recebem o devido tratamento e investigação.

Mas afinal, os cálculos são sempre iguais? “Não! Há diversos tipos. Aliás, saber exatamente do que é feito o cálculo renal fará toda a diferença para o tratamento direcionado contra a sua formação”, afirma a médica.

Como se forma o cálculo renal?

De forma geral, as pedras se formam quando há excesso de alguma substância na urina como cálcio, oxalato e ácido úrico (originando cristais), ou quando falta citrato na urina, considerado um protetor contra a formação de cálculo. 

“Tudo isto pode ocorrer quando o pH (acidez) da urina se modifica. Além disso, quando ingerimos pouca água, urinamos pouco. Logo, esses cristais ficam saturados na urina, formando os chamados cálculos”, destaca a médica. 

Os principais tipos de cálculo renal são de cálcio, de ácido úrico, de estruvita, de medicamentos e de cistina. “O cálculo de cálcio é o mais comum, representando 90% casos, podendo ser oxalato de cálcio (75%) ou fosfato de cálcio (15%). A baixa ingestão de água e de cálcio (isto mesmo, ingerir pouco cálcio) são fatores que levam a este tipo de cálculo”, explica a especialista.

O cálculo de ácido úrico é mais comum em homens e representa 8% de todos os casos. “A dieta com purinas em excesso (frutos do mar e carnes) leva à maior produção de urato monossódico, que pode virar pedra. Esse tipo de pedra pode ter influência familiar”, afirma a Dra. Caroline. 

O cálculo de estruvita representa 1% dos casos, mas são os que mais crescem e podem bloquear os pontos do sistema urinário onde se encontram. “Eles são raros e associados à infecção. Se não tratados, podem ocasionar perda da função dos rins”, adverte a nefrologista. 

Além disso, com incidências menores que 1%, existem também os cálculos de medicamentos (como os antivirais aciclovir e indinavir e o diurético triantereno) e de cistina (em pessoas com uma doença renal crônica chamada de cistinúria, que é uma doença genética familiar).

Diagnóstico do cálculo renal

O diagnóstico é feito por meio da investigação da causa das pedras e se há alguma doença por trás dessa formação. “A investigação consiste basicamente na análise de algumas substâncias (cálcio, citrato e ácido úrico) na urina coletada em 24 horas, dosagem de algumas substâncias no sangue (cálcio, fósforo, paratormônio e gasometria venosa) e revisão da dieta para verificar se há algum desvio que favoreça a formação das pedras”, detalha Caroline. 

Tratamento

A médica pede cuidado com as orientações antigas. “Não corte o cálcio de sua dieta (leite e derivados). Isso porque estudos já comprovaram que a falta de cálcio na dieta pode estimular a formação de pedras e que, ao contrário do que se pensava, o paciente com cálculo deve ingerir uma quantidade normal de alimentos com cálcio por dia”, alerta.

A nefrologista enfatiza que atualmente existem várias opções de tratamento para retirada de pedra, como:

  • Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO): quebra as pedras por ondas de choque aplicadas sobre a pele;
  • Ureterolitotripsia: as ondas de choque são aplicadas diretamente no cálculo através de um endoscópio (um tipo de cateter com uma câmera na ponta) inserido pelo orifício da uretra até o ureter;
  • Nefrolitotripsia percutânea: pequena cirurgia realizada através de um corte de 1 cm na pele da região lombar e introdução de um endoscópio para localizar o cálculo. “A pedra é quebrada e os fragmentos são retirados com auxílio de pinças”, destaca a médica;
  • Cirurgia aberta: pouco realizada nos dias de hoje, mas geralmente é feita nos cálculos coraliformes (pedras de tamanho grande que são formadas pela presença de alguns tipos de bactérias na urina).

“É fundamental que o paciente siga o protocolo de tratamento orientado pelo médico. Isso porque, caso não se trate corretamente, em 5 anos haverá 50% de chance de o paciente voltar a ter cálculos renais, com nova dor e sintomas relacionados à passagem da pedra pelo trato urinário, até a obstrução do rim, que requer cirurgia de urgência”, finaliza a Dra. Caroline Reigada.

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